Quando as bandeiras dos partidos
substituem os valores de nossa consciência,
a vida e a inteligência naufragam.
Rute
de Aquino
Nenhuma economia no mundo resiste a
tanta inércia, tanta incompetência, despreparo e não seria a brasileira que
agiria de forma diferente. Desde o final do segundo turno das eleições
presidenciais em novembro de 2014 o país está completamente parado.
O poder executivo envolto com
denúncias de toda ordem. O Legislativo a serviço de seus interesses pessoais e
partidários. O judiciário se aproveitando da fraqueza do Executivo para
costurar acordos de aumentos salariais até então impensáveis do ponto de vista
econômico e moral numa sociedade cujo salário mínimo é de 880,00 reais.
Aqueles que saíram derrotados nas
urnas pela maioria da população tentaram primeiro anular a eleição, quando
perceberam que não havia meios para consolidar o plano, cooptaram os demais
partidos de oposição e junto com a banda podre do PMDB tramaram o golpe do
impeachment.
Claro que, o instrumento impeachment
está na constituição, assim como deveria ser aplicado aos governadores que não
cumprem as regras lá fixadas. Mas o objetivo era tirar Dilma e o PT do poder.
Neste caso, abro parênteses para dizer
que o governo Dilma na sua primeira gestão nunca foi o governo dos sonhos de
ninguém. A economia recuou, a cobrança de impostos aumentou, a dívida interna e
externa extrapolou seus limites e o desemprego começou a crescer em todo país.
Porém, após as eleições para seu
segundo mandato ficou impossível governar o país. Capitaneados por Aécio Neves
e o DEM, o PMDB foi procurado e aceitou trair sua aliança junto ao PT. Michel
Temer, vice-presidente eleito, deslumbrado com a possibilidade que as urnas
jamais lhe concederiam de ser eleito presidente, aderiu facilmente ao plano de
impeachment.
Foram buscar então as famosas
pedaladas, algo que deveria ser punido, porém, não com o afastamento do cargo.
Caso fosse sério, Alckmin em SP estaria enfrentando o mesmo problema. E sem
contarmos os governadores de MG, GO, e tantos outros Estados que enfrentam
acusações de corrupção muito piores que as tais pedaladas.
Fruto dessa estagnação que o país vive
mesmo após o afastamento da presidente Dilma há cem dias, o desemprego cresceu
assustadoramente, os mercados ficaram inseguros e os possíveis investidores
estrangeiros migraram para outros portos mais seguros.
O país ficou dividido na eleição de
2014, começou ali uma onda de ódio e intolerância contra quem não era Tucano ou
Petista. O ódio se espalhou pelas redes sociais e ganhou as ruas na medida em
que o processo de impeachment ganhava corpo.
A falta de inteligência e bom senso
passou para a classe artística, contrariando aquilo que a democracia tem demais
belo que é a pluralidade de opiniões e votos, um artista que vota contra o
ideal de um dos lados é simplesmente massacrado nas mídias sociais.
Rasgaram a carreira dos melhores
compositores apenas por eles tomarem partido de um dos dois lados existente da
discussão entre o impeachment – favorável ou contra.
Enquanto isso, Michel Temer do PMDB, comanda
o país junto com o PSDB e o DEM. O mesmo PMDB que caminhou junto com o PT desde
2002 e se lambuzou na lama da Petrobrás, das propinas e operações fraudulentas
que se espalharam pelo país permanece imune aos tentáculos do Juiz Sérgio Moro.
Sendo assim, Temer e o PMDB estão livres
para dar continuidade aos seus planos e aproveitar os recursos financeiros auferidos
ao longo dos últimos anos em que foram parceiros de quem agora tiraram de cena
com o impeachment.
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