O crime trucida inocentes para garantir um prêmio,
e a inocência luta com todas as forças. Robespierre
Graças à inércia e a ineficiência
completa das autoridades brasileiras a violência urbana continua crescente no
país. Os jovens e os negros em particular continuam sendo a maioria das vitimas
desse processo ignóbil de matança no país.
Um estudo elaborado pelo IPEA
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao governo federal, em
parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ONG especializada no
assunto, baseado em dados do Ministério da Saúde sobre mortes violentas
intencionais, referentes ao ano de 2014, divulga que quase 60 mil pessoas foram
assassinadas no Brasil.
"O cenário é quase de
colapso", diz Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum que ajudou a
elaborar o trabalho. "O estudo confirma uma realidade que, infelizmente,
pouco mudou: se antes o país boicotava o futuro, agora boicota o
presente".
Nem as forças armadas dos EUA perderam
tanta gente em dez anos de guerra no Vietnam. Nem as guerras do Iraque ou
Afeganistão ceifaram tantas vidas como o Brasil perdeu em apenas um ano.
Segundo o Atlas, desde 2008 vem se
consolidando no país o que é chamado de "interiorização" dos crimes,
que tem avançado de forma desigual em pequenas cidades do interior do país e no
Nordeste, fazendo cada vez mais vítimas entre jovens e negros principalmente.
A microrregião mais violenta do país,
contudo, continua a ser a área metropolitana de São Luís, no Maranhão, cuja
taxa de homicídio chega a quase 85 por 100 mil habitantes. "Todas as
cidades que têm um crescimento acelerado, registram também o aumento da
violência. O estudo mostra uma relação entre condições urbanas e
violência", ressalta Renato Sérgio de Lima.
Os governos Lula e Dilma Rousseff
tentaram, mas fracassaram na criação de um pacto ou programa federal para
enfrentar a violência. Aliás, assim como seus antecessores, fracassaram em tudo
quando pensamos em segurança pública para o cidadão brasileiro.
Uma conjuntura formada por vários
fatores poderia explicar o porquê de tanta violência e criminalidade num país
sem guerras. Entre estes fatores estão à impunidade, o sistema penitenciário
falido, dezenas de benesses oferecidas aos criminosos, falta de aplicação de
penas mais condizentes com os crimes praticados e o fim do limite de 30 anos
para as penas superiores a este número.
Um dado vergonhoso para nós
brasileiros é de que "O Brasil responde por 13% dos
homicídios ocorridos em todo o mundo. Essa é a maior crise da sociedade
brasileira, não podemos tratar isso como uma banalidade".
Nosso país não possuí nem pretende
implantar um sistema que cruze informações dos criminosos em todo solo
brasileiro. Fato que facilitaria em muito o trabalho das Polícias Civil,
Militar e Federal. Além do mais, nossas fronteiras são abertas, sem quaisquer
preocupações com a entrada e saída de drogas, armamentos e criminosos.
As quadrilhas já perceberam há muito
tempo que nossa justiça é omissa e facilitadora da manutenção dos mesmos nas
ruas brasileiras. Aliás, estes estão organizados em Sindicatos modernos do
Crime como PCC em SP e o CV no RJ.
Para haver redução destes números
alarmantes é preciso que a sociedade civil cobre firmemente dos três poderes
constituídos uma reforma ampla nos sistemas judiciário, penitenciário e
policial. Sem isso, resta rezar e muito.
http://www.brasilpost.com.br/2016/10/28/brasil-mortes-violentas-mais-que-siria_n_12686168.html?utm_hp_ref=brazil
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