Distorcem-se fatos para satisfazer
teorias, e não o contrário.
Sherlock
Holmes
Aquilo que já era previsto começa a
ser planejado pelo Prefeito de Bauru. Transformar a cobrança já existente do FTE
– Fundo para Tratamento de Esgotos, em uma espécie de CPMF bauruense eterna.
Como a maioria da população já sabe, a Lei 5357/2006 sancionada na gestão do Prefeito Tuga
Angerami criou o fundo que tem como objetivo a captação e
aplicação de recursos financeiros para a implantação do sistema de tratamento
de esgoto urbano no Município de Bauru. A duração do FUNDO fica condicionada a
efetiva construção da Estação de Tratamento de Esgoto.
Como
as obras da Estação estão em andamento com recursos oriundos do governo
federal, o prefeito e alguns vereadores começam a pensar numa forma de manter a
cobrança eternamente, sacrificando os bolsos dos contribuintes bauruenses que
assim como o restante da nação já pagam quantias obscenas em impostos neste
país.
Em
matéria publicada no Jornal da Cidade nesta segunda-feira (21/03/16) o prefeito
Rodrigo Agostinho deixa claro que vai discutir com a Câmara um “destino” a ser
definido para a continuidade da cobrança em nossas contas de água e esgoto da
atual taxa de FTE.
Atualmente
o Fundo em questão tem aproximadamente R$ 120 milhões. Recursos arrecadados que
só podem ser utilizados única e exclusivamente no Tratamento de Esgotos da
cidade.
Os
olhos dos políticos ficam perdidos quando percebem que existe a possibilidade
de manter essa arrecadação nababesca eternamente. A finalidade futura a mim não
importa, pode ser água, manutenção futura da ETE, nada disso me comove. Cabe a
sociedade bauruense e todas as suas entidades representativas dar um basta nesta
intenção equivocada do prefeito e de alguns vereadores.
O
povo brasileiro já paga impostos em demasia para os Municípios, Estados e o governo
federal. Desconheço outra cidade do nosso país que possua uma CPMF para bancar
quaisquer que sejam as finalidades. Já fizemos a nossa parte e a ETE está em
obras.
A
bem da verdade se o dinheiro nunca tivesse sido “mexido” durante a gestão de
Rodrigo Agostinho, talvez fosse hoje suficiente para a construção da ETE sem
precisarmos de dinheiro federal.
Estranho
é que o Prefeito que está há seis anos no poder nunca cogitou fazer uma reforma
estrutural e administrativa no tão criticado DAE. Algo que justificasse a
preocupação com a eficácia da gestão da água e do esgoto em nossa cidade, cujos
canos vivem mais furados do que funcionando.
Ainda
mais estranha é essa conversa de que precisará destinar dinheiro do povo para “investimento em reservação e
abastecimento”, portanto ele sugere a manutenção do FTE com outro nome. Sou
contra! E você cidadão bauruense? O que você acha? Vai continuar bancando os
desejos dos nossos políticos ad eternum?
Se
essa ideia passar pela Câmara, os futuros prefeitos poderão criar novas
cobranças na Conta do DAE, no IPTU, sempre que precisarem de recursos, evitando
o caminho da gestão eficiente, realizada a partir de planejamento, ética e
cuidados redobrados com o erário.
Dinheiro
mais fácil, impossível.
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