Nós somos aquilo que fazemos repetidamente.
Excelência, então, não é um modo de agir,
Estamos vivendo em Bauru uma situação
que retrata a maioria das administrações públicas deste país. Em 2014 uma
estiagem tomou conta do cenário em boa parte do Sudeste. Uma seca sem igual
derrubou os reservatórios até o volume morto em muitos casos. Naquela ocasião a
Prefeitura de Bauru pediu à população que economizasse água.
Assim a maioria consciente e
inteligente da população agiu, começou a reutilizar água, não lavaram calçadas
e carros e mudaram seu modo de encarar o consumo do líquido tão precioso para
todos nós neste planeta. O consumo caiu durante o período e se mantém estável até
os dias atuais.
Durante a estiagem nenhuma obra importante
foi realizada pela Prefeitura, assim como pela maioria das administrações
públicas municipais espalhadas pelo país. Não houve replantio de mudas nas margens
dos reservatórios, nem limpeza efetiva das áreas ao redor dos rios e suas
nascentes.
Na área urbana não houve limpeza dos
bueiros, nem obras para contenção caso a chuva tornasse a cair na cidade sem
limites. Praticamente nada foi feito, mas para não ser tão rigoroso, uma coisa
foi feita pelo DAE e teve aval da Prefeitura – A conta de água subiu 35%.
Em 2015 as chuvas voltaram a cair com
boa intensidade e neste começo de 2016 despencaram sobre o Sudeste, e, Bauru e
região não ficaram de fora, recebendo um volume altíssimo de água.
Pois agora diante das chuvas a
Prefeitura pede colaboração e economia de água aos contribuintes por que
permitiu que as águas barrentas das chuvas entrassem na Estação de Captação de
Água do Rio Batalha, que abastece a maior parte da cidade. Naturalmente as quatro
bombas ficaram inoperantes comprometendo o sistema de captação e distribuição
de água.
O comandante do Titanic não viu que
seu navio navegava rápido demais, ao contrário, alertado sobre a velocidade,
deu as costas e não viu quando um enorme Iceberg destruiu o navio em sua
primeira viagem matando milhares de pessoas. Nas prefeituras muitas vezes temos
prefeitos que administram nossas cidades como o Comandante do Titanic Edward
John Smith.
Não há planejamento, com isso se
ocorre estiagem ou se chove em excesso tanto faz, os moradores vão pagar caro
do mesmo jeito. Aquele local que abriga a Estação de Captação de Água jamais
poderia ser inundado.
Quando o Brasil construiu através da
Cesp e demais empresas geradoras de energia na década de ‘60 e ‘70 as grandes
usinas hidrelétricas, seus engenheiros as idealizaram com previsão para que a
concretagem e as estruturas suportassem uma chuva decamilenar ou em termos
práticos, uma chuva que só ocorre a cada 10.000 anos.
O resto são desculpas esfarrapadas de
maus gestores e a velha estória de pedir sacrifícios para quem já paga uma
conta alta e muitas vezes não recebe nem pelo que está pagando.
O poder público municipal somente
demonstra capacidade quando se trata de enviar carnes de IPTU para o cidadão
que mora em sua cidade. Para atingir este objetivo contam até com o serviço de
levantamentos feitos por aerofotogrametria.
No restante, deixam a água entrar e o
circo pegar fogo. Nem nos anos que ocorrem eleições eles se preocupam em agir
de forma mais profissional. Ao povo sobra o sacrifício e o pagamento de uma
conta elevada e injusta.
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