É a ambição de possuir,
mais do que qualquer outra coisa,
que impede os homens de viverem
de uma maneira livre e nobre.
Bertrand
Russell
O Brasil possuí
uma legislação rígida com relação as declarações de acerto anual do Imposto de
Renda, bem como em relação as cobranças judiciais por conta de contração e não
pagamento de empréstimos bancários, principalmente aqueles conseguidos em
programas especiais do governo.
Claro que, isso
tudo acima, vale para os cidadãos comuns do Brasil, aqueles que são
trabalhadores, empresários honestos, investidores decentes. Existe uma parcela
razoável para o qual estas leis e procedimentos rigorosos nem sempre os atingem
com a mesma fleuma, força e contundência.
São os que detém
poder, as vezes por dinheiro, noutras por possuírem um enorme “Q.I” (Quem
Indicou) ou pela perigosa e incestuosa proximidade de tais elementos com o
poder estabelecido no país.
Nesta turminha
faz parte o ator e “produtor fake” Guilherme Fontes que no distante ano de 1996
(18 anos atrás) captou um generoso empréstimo de R$ 14,2 milhões
aproveitando-se da brecha oferecida pela Lei de Incentivo à Cultura e da Lei do
Audiovisual, (uma daquelas vantagens que o cidadão comum jamais tem acesso, mas
que os próximos ao poder possuem), para produzir o filme de longa metragem
“Chatô – O rei do Brasil”.
Acontece que até
o presente ano da graça de 2014 o filme não foi produzido e entregue às salas
de cinema do país. Todos sabemos que 18 anos é tempo suficiente para qualquer
país de terceiro mundo produzir centenas de filmes. Mas Chatô não ficou pronto
jamais nesse período.
O dinheiro
contraído gerou uma dívida enorme, como não foi pago (devolvido) aos cofres do
erário, virou um processo que hoje está na casa de R$ 66 milhões já inclusos os
juros e atualização monetária, além de R$ 2,5 milhões de multa.
O ator ainda
tenta reverter o processo no TCU – Tribunal de Contas da União usando aqueles
intermináveis recursos que só os mais próximos da corte possuem. Porém, o órgão
agindo corretamente, negou mais uma vez ao produtor fake essa possibilidade.
O artista da
Rede Globo nega mau uso do erário e diz que: “Dorme com a sua consciência
tranquila porque nunca desviou um real do projeto”. Diz ainda que as duas
condenações a que foi submetido são piadas e afirmou que o “Brasil é fake”.
Se fosse um
cidadão comum, um comerciante, empresário, aposentado já teria sido preso e
perdido todos os seus bens, incluindo de seus herdeiros diretos. Quem já teve
problemas com o fisco ou conhece alguém que á teve sabe bem ao que me refiro.
Estranho no caso,
é o tempo pelo qual se arrasta o processo contra o ator global. Se captou o
recurso vultoso e não aplicou na finalidade precípua tem de devolver, caso se
negue, deveria ter tido confiscados seus bens pessoais para cobrir parte ou a
totalidade do prejuízo causado aos recursos que são do povo brasileiro.
Nosso sistema
judiciário precisa identificar quais são os seus problemas, entraves e investir
em celeridade, informatização completa de seus bancos de dados, colocar
tecnologia de ponta em seus tribunais e cartórios criminais e demais áreas onde
milhões de processos tramitam para que o país não tenha a pior ou uma das mais
lentas e piores justiças do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário