“A justiça atrasada não é justiça,
senão injustiça qualificada e manifesta"
Rui Barbosa
A chegada do
pedido de cassação do amigo fraterno do doleiro Alberto Youssef, também
conhecido por ocupar um cargo de Deputado Federal em Brasília – André Vargas
continua sendo estrategicamente protelado por seus companheiros (comparsas) na
Câmara Federal desde agosto deste ano.
A Comissão de Ética
daquela casa presidida pelo Deputado Ricardo Izar – PSD – SP aprovou a cassação
do fanfarrão paranaense em 20 de agosto.
O pedido então
deveria ter seguido ao plenário para votação e provável cassação do deputado.
Porém, decorridos dois meses do envio o processo permanece guardado ou melhor
parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara presidida pelo colega de
partido Deputado Vicente Cândido da Silva – PT-SP.
Em parte
sabemos que o ano de 2014 não foi muito profícuo para os trabalhos do Congresso
Nacional, afinal de contas, carnaval, copa do mundo, duas férias, eleições,
viagens à base eleitoral, enfim, sobrou pouquíssimo tempo para trabalhar e
exercer com dignidade seus mandatos.
Outro problema
é o corporativismo, no francês “esprit de corps” que poderia ser traduzido como
sugeriu o brilhante jornalista Josias de Souza “Espirito de porco”. Os acordos
são muitos, as agendas ocultas encobrem e dificultam as coisas sérias no
parlamento nacional em todas as suas esferas, diga-se de passagem.
Assim como nas
ruas das nossas grandes cidades, no Congresso Nacional também existem algumas
facções, essas incrustradas dentro dos partidos defendem até a morte seus
membros. Algo muito parecido com o modus operandi das máfias internacionais.
Os parlamentares
situacionistas e oposicionistas nestas horas se somam, se locupletam, se ajudam
e fazem com que permaneçam pairando sob suas cabeças a desconfiança
generalizada da sociedade civil sobre a conduta imoral de alguns naquela casa. Caso
contrário já teriam discutido e votado o pedido de cassação do amigo do
doleiro.
Enquanto
parcela considerável da sociedade assiste as agressões mutuas dos candidatos à
presidência em segundo turno, os deputados protelam a decisão e mantém na casa
o silêncio dos culpados. A falta de cobrança da sociedade sobre seus
representantes assegura uma certa tranquilidade a todos, que fingem que estão
trabalhando enquanto o povo honra seus compromissos e paga a conta nefasta
desta imensa camarilha oficial do poder legislativo nacional.
Uma mão suja
lava a outra mão ainda mais imunda, manchadas pela corrupção, pela formação de
quadrilha, pela lavagem de dinheiro e envio de remessas irregulares a contas em
paraísos fiscais e muito mais com certeza. Nem a delação premiada atinge quem
deveria zelar pelas leis e a ordem.
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