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13 de outubro de 2014

13 de outubro de 1977 - A noite da redenção da Fiel Corinthiana

“Há os que lutam uma vez e são importantes.
Os que lutam muitas vezes e são fundamentais.
E há os que lutam sempre, esses são imprescindíveis”.
Brecht

Era uma noite comum como tantas outras no meio da primavera paulistana exceto pelo fato de que a maior cidade do país e da América Latina estava totalmente paralisada a frente dos milhares de televisores ligados na final do Campeonato Paulista de Futebol daquele ano.
No Estádio Cicero Pompeu de Toledo, Sport Clube Corinthians Paulista e Associação Atlética Ponte Preta decidiam numa terceira partida o título inédito para a equipe campineira e de muito valor para o Corinthians, que não o conquistava desde fevereiro/1955, data em que ergueu pela última vez uma taça do Paulistão.
         O público dos três jogos da decisão somou 290.515 torcedores majoritariamente corinthianos. Sendo que na segunda partida foi registrado o maior público de um estádio de futebol em todo o Estado. Foram ao Morumbi, 146.083 pessoas (sendo 138.032 pagantes) que assistiram o que podia ser o jogo do título do Corinthians. Esse recorde é mantido até os dias de hoje.

Naquela noite de 13 de outubro a massa alvinegra da Fiel torcida estava nervosa, apreensiva, porém confiantes de que aquela seria a noite da redenção, do fim das intermináveis brincadeiras que invadiram as décadas de sessenta e setenta contra os corinthianos.
Segundo me confidenciou “Seu” Zé Duarte técnico da Ponte Preta nove depois em Jaú, quando o encontrei numa lanchonete daquela cidade, havia um clima em São Paulo jamais visto por ele e seus comandados. O estádio tremia literalmente e seria segundo suas palavras impossível vencer o Corinthians naquela noite.
Mesmo tendo uma equipe tecnicamente superior ao alvinegro paulista, a Ponte sucumbiu à enorme força vinda das arquibancadas e numeradas do Estádio. Força que dificilmente seria vista novamente, nem mesmo na conquista da tão almejada Taça Libertadores da América em 2012.
A narração perfeita de Osmar Santos pela Rádio Globo entrou para a história como uma das mais precisas, mais emocionantes de todos os tempos. Osmar conseguiu captar com perfeição absoluta a emoção da torcida corinthiana e na hora do gol ele interagiu com o sentimento mais profundo da Nação Alvinegra do Parque São Jorge. Foi uma explosão que ecoou em todo Estado de São Paulo e em muitas cidades do Brasil onde naquela noite havia ao menos um torcedor corinthiano.
Eu me lembro de ter saído do Jabaquara e percorrido um caminho até a Avenida Paulista onde percebia a alegria incontida de milhares de torcedores alucinados. Ao chegar na Avenida Paulista fiquei completamente emocionado ao ver a presença maciça de torcedores lotando os quase três quilômetros de extensão da avenida. Não havia um espaço vazio, a avenida estava tomada por torcedores coloridos em preto e branco.
Fiquei até as cinco horas da manhã e parecia que havia uma força que me puxava e não me deixava sair daquela festa alvinegra. A ressaca foi enorme, uma ressaca de conquista e não fruto de ingestão de bebida alcóolica.
Hoje ao completar 37 anos daquela data, ainda me emociono ao ouvir a voz de Osmar Santos – O garotinho da Rádio Globo narrando aquele gol antológico de Basílio – O pé de Anjo do Timão. Depois daquele 13 de outubro de 1977 muitos títulos o Timão conquistou. Foram 24 campeonatos, sendo 12 Estaduais, 5 Nacionais, 3 Copas do Brasil, 1 Libertadores, 2 Mundiais e uma Recopa Sul-Americana.
Por incrível que possa parecer, nada se compara àquela conquista na noite distante de 13 de outubro de 1977. Parabéns torcida do Corinthians e a todos os que participaram daquela noite histórica como protagonistas da “Noite da Redenção” alvinegra.
Começando pelo presidente Vicente Mateus, homem que nunca tirou uma moeda do clube, polêmico, engraçado, porém o mais corinthiano dentre tantos. O treinador Osvaldo Brandão, disciplinador, pai, treinador e homem responsável pela conquista daquele grupo que tinha Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir e Vladimir, Russo, Basílio, Luciano, Vaguinho, Geraldão e Romeu. Além de Palhinha, Cláudio Mineiro e tantos outros coadjuvantes que entraram para a história do Corinthians.
Ouça a narração de Osmar Santos no momento do gol do título no link abaixo:
http://mais.uol.com.br/view/12296165



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