Seguidores

13 de novembro de 2008

A Decadência da escola pública em São Paulo

"As dúvidas são mais cruéis do que as duras verdades"
Moliére.

A violência constante nos corredores e salas de aulas das escolas públicas no Estado de SP possibilitam inúmeras análises sobre os reais motivos ou as várias causas que podem estar interferindo no comportamento dos jovens que as estão freqüentando. A sensação de impunidade é uma delas, pois cria nos jovens um álibi perfeito para suas ações, nada acontecerá, ninguém será expulso ou até condenado por ferir, agredir, molestar ou danificar o patrimônio público.
O sistema adotado pelo governo estadual (PSDB) há quatorze anos no poder em nosso Estado é outro agravante nessa situação, pois o mesmo permite que o aluno não seja reprovado nem por freqüência nem por notas. O professor não é avaliado e muito menos a escola. A progressão continuada é uma aberração, muito criticada por especialistas, por professores e estudantes inclusive, mas incompreensivelmente mantida pelo Estado, talvez por teimosia ou falta de algo melhor para nosso sistema educacional.
O sucateamento da escola pública paulista vem acompanhado de um processo onde a autoridade da direção e dos professores foi sendo minada em fogo brando. Isso fez com que alguns alunos enfrentassem sem medo e sem medir a forma professores e até a direção das escolas. São muitos os casos de professores agredidos em nossas escolas, não são casos isolados e sim freqüentes.
Os alunos em sua grande maioria habitam lares onde não existem limites, o não foi substituído pelo “eu posso tudo”, deixando a escola à mercê de um aluno que acredita que seu poder é ilimitado e que ele pode inclusive destruir instalações, agredir pessoas do seu convívio (colegas, funcionários, professores ou diretores).
A saída não está em usar de violência para combater esse comportamento e sim do Estado deixar de investir em segmentos menos importantes para enfim, começar a dotar o sistema educacional de uma nova perspectiva pedagógica. Usar dos muitos recursos tecnológicos existentes para atrair os jovens para dentro do ambiente escolar. Trazer a comunidade para dentro da realidade da escola fazê-los participar desse processo de forma transparente.
É preciso que seja iniciada imediatamente uma revolução no sistema educacional de nosso Estado, ainda há tempo, muitos anos foram perdidos por inabilidade, por governadores que se preocuparam mais em vender o patrimônio público ou fazerem marketing do nada, ao invés de marcarem suas gestões pela qualidade do ensino.
Segundo pesquisa recente realizada pela UDEMO – Sindicato de Especialistas da Rede Pública do Estado em 2007, 86% das escolas paulistas tem históricos concretos de violência em suas instalações. São centenas de casos relatados por professores de agressões sofridas nos últimos anos.
Esperemos que o Governo não trate os professores e a educação tal qual, está tratando os policiais civis de nosso Estado, pois a julgar pela demora em chegar a um acordo, para depois dar apenas e tão somente a correção do salário pela inflação, três meses por míseros (6,5%) imagina-se o quão longe estamos de uma visão pró-ativa para a melhoria do sistema educacional em SP.

Nenhum comentário: