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27 de junho de 2008

O fim da trajetória de um tirano

Está chegando ao fim à trajetória de um verdadeiro tirano do futebol brasileiro, o quase eterno presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama do Rio de Janeiro Eurico Miranda, cuja permanência á frente dos destinos do clube sempre foi contestada e controversa devido a seu temperamento explosivo e sua arrogância, além de inúmeras acusações contra sua pessoa em todos os setores de atividade que exerceu.
Nos vinte e dois anos à frente da direção do clube colecionou algumas vitórias que acabaram sendo esquecidas no meio de tantas confusões criadas por seu estilo grotesco de conduzir os assuntos do esporte. Foi marcado também pela suspeita de corrupção tanto no clube como na sua vida real como deputado e antes disso quando ainda trabalhava em empresa privada.
Quando começou sua carreira no Vasco, trabalhava numa concessionária de veículos, quando foi demitido sumariamente acusado de ter quitado a parcela de 286 clientes sem que os automóveis tenham sido entregues aos mesmos. Em 1990, como já poderia se imaginar tratou de enveredar sua carreira para a política, berço puro de pessoas com seu perfil político e pessoal. Teve de esperar a eleição de 1994, quando então foi eleito ao cargo de Deputado Federal, reeleito em 1998.
No período de 1990 a 1998, foi investigado pelos colegas da Câmara que o colocaram como alvo de uma CPI que tratava de apurar sonegações de impostos praticados por clubes, dirigentes e empresários de atletas. Sua ligação com o Vasco fez com que o clube tivesse manchada sua página de glórias esportivas em detrimento de sua inclusão em 60 páginas do processo na CPI.
Entre outras coisas foi acusado de efetuar operação de câmbio não autorizada, evasão de divisas do País, irregularidades na direção do Vasco. Seus processos culminaram com a decretação de sua prisão por faltar ao julgamento de crimes contra a ordem tributária e outras irregularidades. Foi condenado a seis meses de prisão por agredir um jornalista. A truculência sempre foi sua marca registrada.
A pena foi revertida para multa, o que não impediu o dirigente de mais uma vez ser suspeito de desviar dinheiro na venda do jogador Paulo Miranda em 2007. Seus bons relacionamentos e a fraqueza de nossa justiça possibilitaram sempre sua atuação e o deixaram livre apesar dessa ficha negra em sua trajetória.
O clube ficou refém de sua truculência e passou a falsa impressão de que o apoiava incondicionalmente, fato que não é de todo verdadeiro, na verdade as eleições no clube sempre foram comandadas pelo ditador vascaíno, fato que o manteve 22 anos dentro do clube como se essa fosse sua sala de estar.Num país em que o presidente da CBF irá completar em 2014 vinte e cinco anos à frente da entidade fica fácil entender a longevidade dos dirigentes de federações e clubes de futebol, apenas um mero exemplo que vem de cima.

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