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15 de março de 2024

Vivemos entre o Brasil real e o Brasil paralelo do atraso e do ranço político!

 Students working in study group     

Estamos vivendo uma polarização política que atravessa os períodos eleitorais e, com isso, divide o país ao meio, com discussões inócuas, sem propostas e sem trazer avanços políticos para a sociedade.

E o pior é que ela é permeada apenas e tão somente por Fake News, disseminadas exaustivamente pelos políticos de direita, em sua maior parte bolsonaristas contra a esquerda. São milhares de mentiras que pairam no ar, enviadas pelas pessoas nos aplicativos de comunicação, como WhatsApp e Telegram. Também são espalhadas nas demais redes sociais.

Não há preocupação alguma em criminalizar esses disseminadores, não há reação da sociedade que está sendo afetada, e que, na verdade, prefere crer nas mentiras do que buscar a verdade pesquisando.

Com tudo isso, vivemos uma situação inusitada, onde temos um Brasil real, com instituições funcionando, democracia respeitada e todo sistema em pleno funcionamento. Em paralelo, existe o Brasil dos patriotários, com sua realidade deturpada por centenas de mentiras.

Deputados bolsonaristas viajaram diversas vezes para a Argentina, Israel e EUA para difamar o nosso Brasil real, mentindo sobre uma inexistente ditadura de Lula, difamando nosso sistema eleitoral e judiciário. Por que fazem isso? Precisam manter a narrativa que Bolsonaro perdeu uma eleição fraudada, que não houve tentativa de golpe de Estado e que eles são vítimas de um sistema que não existe na prática.

Esses delírios prejudicam parcialmente nosso país no exterior, atrasam o andamento do Congresso Nacional, onde esses políticos tentam impor à força medidas, Leis e até Propostas de Emendas Constitucionais (PEC) goela abaixo da sociedade.

Triste e patético é que esses políticos inexpressivos tiveram quatro anos de poder com Bolsonaro, nada foi feito, não houve legado, exceto de discursos golpistas, de volta da ditadura militar e de golpes de estado. Não houve construção de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos ou universidades. Lula acaba de entregar um projeto para criação de 100 escolas técnicas federais, com 140 mil vagas. Bolsonaro entregou zero em quatro anos.

Não tem discussão, pois não tem argumentação. Restam as mentiras, as falácias e o uso de mecanismos torpes para tentar enganar a sociedade. Até quando?

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

11 de março de 2024

Nos 50 anos da Revolução dos Cravos, portugueses dão força ao fascismo nas urnas!

 

O líder do partido Chega André Ventura.

No ano em que a Revolução dos Cravos que derrotou a ditadura salazarista completa cinco décadas, a extrema direita obtém uma votação expressiva nas urnas das eleições legislativas deste domingo, 10. O partido fascista denominado Chega, liderado pelo ex-comentarista futebolístico e extremista André Ventura, conquistou mais de um milhão de votos, que lhe garantiram 48 deputados, o equivalente a mais de um quinto das 230 cadeiras da Assembleia da República, o parlamento português.

A ascensão meteórica fascista começou em 2022, quando ampliou para 12 parlamentares a representação no Parlamento, ante a eleição de 2019, quando havia conseguido eleger apenas Ventura. Esse crescimento surpreende inclusive por ter avançado sobre bastiões da esquerda, como Beja, no Alentejo. Pela primeira vez na história pós 25 de Abril, o PCP (Partido Comunista Português) não elegeu nenhum deputado nesse distrito (o equivalente ao Estado no Brasil). Já os fascistas carimbaram o passaporte de um parlamentar para a Assembleia da República.

Embora o PS (Partido Socialista), de centro esquerda, tenha despencado de 120 cadeiras, que lhe conferiam a maioria absoluta na antiga legislatura, para uma representação de 77 parlamentares, ainda não dá pra cravar que a ascensão da extrema direita foi conquistada entre seus eleitores. A explicação para o crescimento exponencial da extrema direita pode estar na queda da abstenção, que neste domingo registrou 33,77% ante os 48,54% de 2022.

A direita tradicional aumentou em duas cadeiras a participação em relação à eleição passada até o momento. Ainda faltam ser apurados os votos dos portugueses que vivem fora de Portugal e que elegem mais quatro deputados para o Parlamento. Esses votos, que chegam pelo Correio, serão apurados entre os dias 18 e 20 de março. Tradicionalmente a votação se divide entre PS e PSD (Partido Social Democrata), de direita, que este ano integra a coligação AD (Aliança Democrática), que reúne outros partidos conservadores.

Não se sabe se o impacto do Chega terá reflexo na votação do círculo eleitoral do exterior. Em Portugal, o partido fascista só não conseguiu eleger parlamentares em um único distrito: Bragança. O Algarve, distrito com as praias mais conhecidas do país, virou um reduto do Chega, uma espécie de Santa Catarina do bolsonarismo.

Partido Chega fica fora do governo

A ascensão nas urnas não deve se confirmar na composição de governo. Em coletiva de imprensa, o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, vencedor das eleições, descartou compor gabinete com o partido de Ventura. “Cumprirei minha palavra”, afirma ao se referir as declarações contrárias a essa composição dadas durante a campanha eleitoral. Momentos antes, o cabeça de lista do PS, Pedro Nuno Santos, já havia declarado que não pretendia obstaculizar o governo da AD, que tem o PSD na liderança do grupo.

“O Partido Socialista será oposição, renovaremos o Partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o Partido. Não há 18% de portugueses racistas e xenófobos em Portugal, mas há portugueses zangados. Queremos recuperar esses portugueses”, frisa Nuno Santos. De olho na fragilidade do futuro gabinete da AD, que pode cair e possibilitar eleições antecipadas, ele declara que o PS pretende liderar a oposição ao novo governo. “O nosso caminho começa agora, hoje. O PS não deixará a liderança da oposição para o Chega.”

Em seu discurso, Ventura tentou atrair a AD para uma composição governativa. “Só um líder irresponsável deixará o PS governar. Não podemos ter mais quatro anos de socialismo em Portugal. O país será libertado da extrema esquerda. Reduzimos a extrema esquerda à sua insignificância. Houve um ajuste de contas com a história.” “Esta noite acabou o bipartidarismo em Portugal”, emenda, em uma clara alusão a expressiva votação do Chega que coloca o partido como a terceira força política do Parlamento.

Ventura aproveitou ainda para destilar críticas contra jornalistas e institutos de pesquisas. “O partido mais perseguido, espero que os jornalistas e alguns comentaristas engulam as palavras, hoje somos mais de um milhão em Portugal. Também espero que alguns diretores de empresas de sondagem (pesquisa) se demitam.” A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, atribuiu o resultado pífio do PS a uma política desastrosa de maioria absoluta obtida na eleição passada.

“Mas o Bloco de Esquerda resistiu e manteve-se firme nesta eleição, com 30 mil votos a mais, mantendo os (cinco) mandatos. Seremos parte da solução para afastar a direita do governo”, frisou na esperança de que o PS quisesse formar governo com os partidos de esquerda. O secretário geral do PCP (Partido Comunista Português), Paulo Raimundo, considera a vitória da AD um ataque aos direitos dos trabalhadores.

As eleições deste domingo ocorreram após o primeiro ministro socialista, Antonio Costa, renunciar em meio a denúncias de corrupção feitas pelo Ministério Público, que o associou erroneamente ao escândalo. Descobriu-se posteriormente que se tratava de seu homônimo, o ministro da Economia, Antonio Costa Silva.

A supressão do último sobrenome na transcrição feita pelo Ministério Público das escutas telefônicas em que dois interlocutores falavam sobre a busca de interferência de um membro do governo para obter favorecimento, permitiu que o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antecipasse as eleições legislativas para este domingo.

Acompanhe a seguir como foram preenchidas as cadeiras pelos partidos até o momento.

AD (Aliança Democrática) – 79

PS (Partido Socialista) – 77

Chega – 48

IL (Iniciativa Liberal) – 8

BE (Bloco de Esquerda) – 5

Livre – 4

CDU (Coligação Democrática Unitária, a coligação do PCP com os Verdes) – 4

PAN (Pessoas animais - Natureza) – 1

Autora: Lúcia Rodrigues – Holofote Notícias – Site Viomundo.

8 de março de 2024

Marte mulher!

O mês de março é devotado a Marte, segundo a etimologia do nome. É paradoxal que o período em que fixamos comemorações referentes às lutas das mulheres esteja atrelado ao deus grego da guerra. Lutas e guerras parecem se opor quando é a esperança e a busca por uma vida melhor que são os objetivos. Mas não, vitórias advêm do embate; o que é ganhado não é conquistado. Marte e Vênus possuem características mitológicas opostas, mas, que na verdade, se complementam. Nossa criatividade transcende a lógica, portanto. Em relação ao dia internacional de luta das Mulheres, pasmei a seguinte trova, devidamente postada nos grupos de trovadores: Feminista, feminina, / pode tudo isso a mulher; / somente ela determina / ser feliz onde quiser. A trova moderna é uma composição de quatro versos, rimando o primeiro com o terceiro, e o segundo com o quarto, cada um com sete sílabas fonéticas (diferentes das sílabas gramaticais) e com sentido completo. A definição é essa e se a trova é realmente trova fica por conto dos que a leem e julgam, às vezes.

Para Marte eu não vou porque a Nasa abriu inscrição de voluntários, mas o candidato necessita ter nacionalidade norte-americana ou o green card que dá equivalência de cidadania. Sou brasileiro exclusivo, sem qualquer pretensão de outra nacionalidade, uma vez que aqui nasci e é aqui que vivo, mesmo tendo uma evidente ascendência europeia. Injusto por parte da Agência Espacial Norte-americana, que poderia ter um pouco mais de diversidade cultural entre os pretendentes à viagem só de ida para o planeta vermelho. Poderia contribuir com o conhecimento químico, influência da gravidade e atmosfera do outro planeta na artrite & artrose de um pós cinquentão e já caminhando para conseguir a gratuidade de idoso, e, ao final do dia, poderia recitar uns poemas, trovas e outros escritos para entreter, desde que na língua de Camões e não na de Shakespeare. Seria um bom investimento, não é verdade?

De grandes mulheres perdemos a Cecilia Prada, escritora, diplomata, jornalista vencedora do prêmio Esso, indicada para o Nobel de Literatura, dentre outros predicados de uma vida dedicada à cultura campineira. As devidas homenagens estão sendo feitas a ela. Escrevi um texto para o Correio Popular, recuperando e-mails que tive a felicidade de com ela trocar. No início do mês seria o aniversário de Niza de Castro Tank, falecida há quase dois anos. O Centro de Ciências Letras e Artes (CCLA) de Campinas fez uma homenagem para lembrar da data, com agradável noite de depoimentos, música e exibição do documentário As joias da princesa, de Teresa Aguiar e Ariane Porto. Vale a pena conferir no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=6r28Ap2v_3g. Mas também é prazeroso continuar com as que, na ativa, realizam a doce arte de existir. A imortal Fernanda Montenegro volta a interpretar, mais uma vez, Simone de Beauvoir. Tive a oportunidade de vê-la, magnânima, em "Viver Sem Tempos Mortos". Parodiando a frase nunca dita por Che Guevara: "há que envelhecer, mas sem perder a serenidade, jamais". Por fim, continuando entre os imortais, o dia foi coroado com a eleição de Lilia Schwarcz para a Academia Brasileira de Letras (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2024/03/lilia-schwarcz-e-eleita-para-a-abl-e-se-torna-11a-mulher-a-ganhar-titulo-de-imortal.shtml).

Autor: Professor Adilson Roberto Gonçalves. Publicado no Blog dos Três Parágrafos.