Os governantes brasileiros usam a tabela de abatimentos do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) como forma de aumentar a arrecadação do imposto da classe média brasileira. Nem os governos de esquerda nem os de direita fizeram quaisquer menções de alterar essa injusta forma de cobrança.
De acordo com um estudo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), a tabela do Imposto de Renda deveria ser reajustada em 7,39% para evitar o aumento de carga tributária para os brasileiros em 2021. Ao todo, o custo da correção seria de R$ 13,5 bilhões.
Com a inflação acumulada em 2020, de 4,52%, a defasagem da tabela do Imposto de Renda chegou a 113,09% desde 1996. Na prática, isso significa que o governo terá aumentado impostos em 2021, caso não corrija a tabela do IR.
A informação é de um estudo do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco). A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), soma 346,69% entre 1996 e 2020. Esse valor supera os reajustes nas faixas de cobrança do IR, que ficaram em 109,63%. Daí a defasagem de 113,09%, acordo com os cálculos do Sindifisco.
Percebam que embora o Ministro da Economia discurse como se isso fosse um enorme prejuízo ao governo, na prática ele está defendendo o massacre da classe média, que na verdade é quem recolhe este imposto no país, visto que as grandes fortunas não pagam impostos e os que fazem parte das classes “C,D e E” não tem a sorte de terem vencimentos que possam recolher impostos.
A tabela do IR não sofre correção desde 2015. Durante as eleições de 2018, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em mais uma de suas mentiras, prometeu corrigir a tabela, mas até agora não cumpriu isso. Na semana passada, justificou a não correção afirmando aos apoiadores que não podia fazer nada, porque o Brasil está "quebrado".
Ao contrário do que prega o governo, a correção da tabela do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) injetaria em torno de R$ 60 bilhões na economia do País, por meio de mais recursos diretamente nas mãos das pessoas, aponta um estudo realizado pela FecomercioSP. Ainda que seja um montante do qual o governo dificilmente abriria mão neste momento de déficit orçamentário crescente, esta seria uma forma de amenizar a atual queda na renda da população, causada pelo desemprego.
A defasagem de longa data na tabela é um indicativo da urgência de uma Reforma Administrativa que reorganize o Estado, melhore a eficiência do setor público e possibilite a alocação das receitas tributárias de forma mais justa. É necessário, também, repensar o edifício tributário, inclusive no sentido de se evitar extração contínua e indevida de renda do contribuinte, como ocorre atualmente no caso do IRPF.
Até 2022 continuaremos pagando IR sem as devidas correções, visto que Bolsonaro não possui inteligência e Paulo Guedes possui, mas infelizmente nunca a utilizou em favor da sociedade, aplicando-a sempre para o mercado financeiro e o grande empresariado.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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