Os problemas significativos que enfrentamos
não podem ser resolvidos no mesmo nível de
pensamento em que estávamos quando os criamos.
Albert
Einstein
A divulgação nesta semana pelo PNUD –
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, do ranking mundial do IDH –
Índice de Desenvolvimento Humano que mede o progresso dos países em saúde,
educação e renda, mostrou que o Brasil está na 79ª posição há dois anos.
Um dos aspectos que mais contribuíram
para frear o avanço brasileiro foi à queda da renda da população, causada pela
crise econômica, acrescida da inércia do governo Temer incapaz de promover as
reformas necessárias e de dar tranquilidade ao país ao ser sistematicamente
acusado de participação em processos de corrupção.
A renda per capita, um dos critérios
que compõe o IDH, teve queda de 4% de 2015 a 2017, cerca de U$ 14,3 mil dólares
por ano para U$ 13,7 mil dólares. Os indicadores de educação e saúde tiveram
uma pequena melhora. O relatório ainda informa que o Brasil possui a nona maior
desigualdade de renda do planeta, medida pelo coeficiente de Gini.
Sendo assim, o país é o mais desigual
do continente americano. No mundo, o pior é a África do Sul, que viveu durante
meio século um regime sangrento de segregação racial, o apartheid.
Um país com a oitava economia do mundo
não poderia ficar em 79º lugar numa lista de 189 países. Contrastando com
países vizinhos como o Chile, Argentina e Uruguai que estão no grupo de elite
do mesmo indicador por terem o IDH muito alto.
É de se ressaltar que este dado mostra
uma inversão de tendência. De 1990 a 2014, o IDH do Brasil vinha crescendo
significativamente. Era de 0,611 em 1990, subiu para 0,684 no ano 2000. Depois
em 2010 atingiu 0,727, chegando em 2014 a 0,752.
Nosso índice de desemprego,
notadamente entre os mais jovens, é o pior entre os países da América do Sul,
um dado preocupante visto que não estamos falando da Europa ou da América do
Norte, mas sim, de um continente pobre, com países muito menores e com
condições adversas.
A desigualdade entre homens e mulheres
também é ressaltado no relatório. Em média os homens ganham $ 17.000 dólares
por ano, enquanto as mulheres recebem $ 10.000 dólares ao ano. Outro fator de
desigualdade está na ocupação de cadeiras no Congresso Nacional, onde apenas
11% de mulheres estão ocupando vagas. Este percentual é o menor da América do
Sul.
Alarmante é a situação constatada na
comparação efetuada na distribuição de renda, onde o Brasil fica a frente
apenas e tão somente de África do Sul, Namíbia, Botsuana, Zâmbia, República
Centro-Africana, Lesoto, Moçambique e Suatini.
Não se pode dizer que estes índices
medíocres sejam resultado de um estado de pobreza e escassez de recursos
financeiros do governo brasileiro. Ao contrário, até o final de 2018, a
arrecadação de impostos deve chegar a quase R$ 2,4 trilhões de reais, número
dez por cento maior que os valores arrecadados em 2017.
Falta gestão, capacidade técnica,
vontade política e honestidade de propósitos por parte do governo do Brasil.
Nossa classe política uma vez no poder, desvirtua todos os conceitos básicos da
economia e mantêm gastos com a máquina federal, as estatais e não promove os
cortes necessários para que o país volte a crescer de forma sustentável.
A corrupção acaba ocupando o papel de
maior vilão ao consumir bilhões de recursos que deveriam ser utilizados na
Saúde, Educação e principalmente na geração de empregos. A impunidade que
campeia é fator de motivação para os políticos corruptos que ainda contam com a
falta de memória dos eleitores a cada nova eleição. Com isso perpetuam-se no
poder sem serem incomodados pela lenta e omissa justiça brasileira.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
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