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10 de julho de 2018

Nuvens negras sob a Casa Branca!

É uma boa coisa exigir liberdade
para nós mesmos e para aqueles
que concordam conosco, mas é uma
coisa ainda melhor e mais rara dar 
liberdade a outros que discordam de nós.
Franklin Roosevelt

Nem bem conseguiu se livrar das denúncias sobre as investigações do FBI e da Justiça americana com relação à interferência da Rússia durante a campanha eleitoral em 2016, outra ameaça jurídica paira sobre à Casa Branca: a denúncia da Procuradoria-Geral de Nova York contra a Fundação Donald J. Trump, num processo de natureza civil.
O jornalista do renomado Washington Post, David Farenthold revelou antes da eleição de 2016, uma matéria onde descobriu que o dinheiro da fundação foi utilizado em reformas de hotéis de Trump, na compra de pinturas com a imagem dele e para financiar atividades da campanha eleitoral. A reportagem valeu um prêmio Pulitzer ao jornalista.
Em audiência no final de junho, a juíza Saliann Scarpulla afirmou aos advogados que a família Trump deveria aceitar imediatamente as sanções propostas pela procuradora Barbara Underwood, tamanhas são as evidências de uso do dinheiro da fundação para enriquecimento privado e fins eleitorais.
Entre as testemunhas essenciais para desvendar as falcatruas está Allen Weisselberg, executivo que cuida há décadas das finanças da família e é considerado o melhor conhecedor dos negócios de Trump.
Mais uma vez o discurso moralizador de um político situado no espectro da direita americana não condiz com a sua prática político e empresarial. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço, deveria ser o lema da campanha de Donald Trump.
Além de impor uma agenda extremamente agressiva para com o meio ambiente, os imigrantes, e ter a obsessão pela construção de um muro na fronteira que separa o México dos EUA, Trump tem muito que explicar ao povo americano, começando pela justiça.
Enquanto esses processos correm na justiça, o presidente precisa se esquivar de acusações de sexismo. Dois dias antes do segundo debate presidencial, uma gravação de 2005 apareceu, feita em um ônibus de estúdio enquanto se preparava para filmar um episódio de Access Hollywood. Na fita, Trump se vangloria com o então coadjuvante Billy Bush, por forçar beijos e toques em mulheres. Ele afirma que "eu só começo a beijá-las... eu nem espero, e quando você diz que é uma estrela, elas deixam você fazer isso, você pode fazer qualquer coisa...". Ele também fala de seus esforços para seduzir uma mulher casada, dizendo que "vou para cima dela com força."
Após a divulgação da gravação de 2005, pelo menos 15 mulheres apresentaram novas acusações de má conduta sexual, incluindo beijos e toques indesejados, o que resultou em ampla cobertura da mídia.
As posições políticas de Trump são amplamente descritas pela mídia como "populistas". Ele descreveu suas posições políticas de várias formas, muitas vezes contraditórias ao longo do tempo. Trump afirmou: "Eu evoluí em muitas questões, há algumas questões que são muito iguais, eu tenho sido constante em muitas questões, mas evoluí em certos assuntos".
O PolitiFact.com escreveu que é difícil de determinar a postura de Trump sobre várias questões, dadas as suas frequentes mudanças de posição e "a sua propensão para usar linguagem confusa, vaga e até contraditória". O PolitiFact.com contou pelo menos 17 vezes em que Trump disse algo e depois negou ter dito.
Triste pensar que este cidadão é o líder de uma das maiores nações do planeta, com uma economia importante e uma indústria bélica muito forte no cenário mundial. Pelo visto, votar de forma equivocada não é privilégio dos brasileiros.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.

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