É uma boa coisa exigir
liberdade
para nós mesmos e para aqueles
que concordam conosco, mas
é uma
coisa ainda melhor e mais rara
dar
liberdade a outros que
discordam de nós.
Franklin Roosevelt
Nem bem conseguiu se livrar das
denúncias sobre as investigações do FBI e da Justiça americana com relação à
interferência da Rússia durante a campanha eleitoral em 2016, outra ameaça
jurídica paira sobre à Casa Branca: a denúncia da Procuradoria-Geral de Nova
York contra a Fundação Donald J. Trump, num processo de natureza civil.
O jornalista do renomado Washington
Post, David Farenthold revelou antes da eleição de 2016, uma matéria onde
descobriu que o dinheiro da fundação foi utilizado em reformas de hotéis de
Trump, na compra de pinturas com a imagem dele e para financiar atividades da
campanha eleitoral. A reportagem valeu um prêmio Pulitzer ao jornalista.
Em audiência no final de junho, a
juíza Saliann Scarpulla afirmou aos advogados que a família Trump deveria
aceitar imediatamente as sanções propostas pela procuradora Barbara Underwood,
tamanhas são as evidências de uso do dinheiro da fundação para enriquecimento
privado e fins eleitorais.
Entre as testemunhas essenciais para
desvendar as falcatruas está Allen Weisselberg, executivo que cuida há décadas
das finanças da família e é considerado o melhor conhecedor dos negócios de
Trump.
Mais uma vez o discurso moralizador de
um político situado no espectro da direita americana não condiz com a sua
prática político e empresarial. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço,
deveria ser o lema da campanha de Donald Trump.
Além de impor uma agenda extremamente
agressiva para com o meio ambiente, os imigrantes, e ter a obsessão pela
construção de um muro na fronteira que separa o México dos EUA, Trump tem muito
que explicar ao povo americano, começando pela justiça.
Enquanto esses processos correm na
justiça, o presidente precisa se esquivar de acusações de sexismo. Dois dias
antes do segundo debate presidencial, uma gravação de 2005 apareceu, feita em
um ônibus de estúdio enquanto se preparava para filmar um episódio de Access
Hollywood.
Na fita, Trump se vangloria com o então coadjuvante Billy Bush, por forçar
beijos e toques em mulheres. Ele afirma que "eu só começo a beijá-las...
eu nem espero, e quando você diz que é uma estrela, elas deixam você fazer
isso, você pode fazer qualquer coisa...". Ele também fala de seus
esforços para seduzir uma mulher casada, dizendo que "vou para cima dela
com força."
Após a divulgação da gravação de 2005,
pelo menos 15 mulheres apresentaram novas acusações de má conduta sexual,
incluindo beijos e toques indesejados, o que resultou em ampla cobertura da
mídia.
As posições políticas de Trump são
amplamente descritas pela mídia como "populistas". Ele
descreveu suas posições políticas de várias formas, muitas vezes contraditórias
ao longo do tempo. Trump afirmou: "Eu evoluí em muitas questões, há
algumas questões que são muito iguais, eu tenho sido constante em muitas
questões, mas evoluí em certos assuntos".
O PolitiFact.com escreveu
que é difícil de determinar a postura de Trump sobre várias questões, dadas as
suas frequentes mudanças de posição e "a sua propensão para usar linguagem
confusa, vaga e até contraditória". O PolitiFact.com contou
pelo menos 17 vezes em que Trump disse algo e depois negou ter dito.
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