"A democracia sobrevive
quando a
inteligência do sistema
compensa
a mediocridade dos atores"
Daniel Inneraty
Desde 2002, quando Lula venceu as
eleições contra José Serra do PSDB, para depois se reeleger graças à emenda de
FHC do mesmo PSDB, e, ainda fazer sua sucessora Dilma Rousseff, o país vive uma
crescente onda de ódio, intransigência e divisão política.
A vitória de Dilma em outubro de 2014,
num segundo turno cravado de declarações odiosas de ambos os lados, reafirmou a
todos que o país estava literalmente dividido. O resultado da eleição demonstra
isso de forma inequívoca: Dilma obteve 54.501.118 de votos contra 51.041.155
obtidos por Aécio Neves do PSDB.
As acusações do uso eleitoreiro do
Programa Social Bolsa Família, criado por coincidência pelo mesmo FHC, e os
ataques aos pobres e nordestinos em geral, causou revolta e muitas discussões
acaloradas na internet, em especial nas redes sociais.
Inconformados com a derrota, Aécio
Neves e seu partido tentaram várias alternativas para impedir a gestão de
Dilma. A primeira foi pedir recontagem de votos, alegando fraude. O processo
foi julgado no TSE e arquivado por falta de conteúdo e provas.
Em seguida, o PSDB protocola no mesmo
TSE um pedido de anulação da chapa Dilma/Temer, processo que nos dias atuais
começou a ser apreciado pelo tribunal. Entretanto, entre o dia do protocolo dos
documentos e a data atual, ocorreu um impeachment, que levou Temer ao poder com
as mãos dadas com o mesmo PSDB.
Para culminar com o terceiro turno
criado por Aécio e aliados, ele disse o seguinte:
“Aécio
Neves afirmou em entrevista ao "La Nación" que o Brasil tem "uma
presidente que já não governa mais, apenas cumpre os ritos
constitucionais". Segundo Aécio, Dilma "entregou todo o poder aos
membros de sua base aliada, ao PMDB, partido que depreciou durante seu primeiro
mandato, e transferiu a condução política ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva". "Não acho que (Dilma) tenha cometido abuso de poder
em benefício próprio, mas o sistema em que ela está foi organizada a partir
desses jogos de manipulação que são corruptos”.
Interessante que após o Impeachment,
Aécio e seu partido se atrelaram ao mesmo PMDB e aos mesmos corruptos que
estavam na base aliada de Dilma. Juntos estão agora governando o Brasil,
esqueceram tudo que criticaram no governo anterior, não desaparelharam o
Estado, não fizeram uma só auditoria e não reformularam o Bolsa Família...
A única alteração foi à divulgação de
que o PMDB, o PSDB, o DEM e outros partidos estão na Lista de Fachin para
investigação do STF com relação à corrupção, sonegação e envio de dinheiro a
paraísos fiscais com recursos ilícitos ou de Caixa 2.
Enquanto tudo isso ocorreu e está
acontecendo no país, o povo brasileiro nas ruas e nas redes sociais permanece
dividido, facilitando sobremaneira a atividade dos parlamentares e dos
governantes. Não há união, pelo contrário, a divisão é latente entre os que
apoiam e os que odeiam o PT.
No meio deste turbilhão insano, estão
milhões de brasileiros que não pertencem a nenhuma destas duas correntes, não
são filiados a partidos políticos, mas continuam sendo prejudicados pelo
descaso do governo e pela omissão do Congresso Nacional, seguramente, a pior
legislatura desde a instauração da república no país.
A internet possibilitou muitas coisas
excelentes para nossa sociedade, porém, trouxe consigo, uma ralé que não lê,
não está preocupada com a verdade, a ética e a honestidade. São os vândalos
digitais, os xiitas das redes sociais que espalham inverdades, opiniões sem
conteúdo, desprovidos de educação e conhecimento da história do pais.
É preciso, portanto, cuidado ao
repassar posts, fatos e fotos publicadas nas redes sociais, sem antes checar a
fonte e a veracidade das informações divulgadas. Assim, preserva-se a verdade e
a ética num país desprovido da capacidade de pensar.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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