“Quando
o dinheiro fala, a verdade cala”.
Provérbio
Chinês
A transação para a venda do jogador
Neymar envolveu dois clubes, a saber: O Santos que detinha os direito do passe
do jogador e seus direitos financeiros e o Barcelona da Espanha que adquiriu os
direitos do jogador.
Seria então, apenas mais uma das
milhares de transações envolvendo jogadores brasileiros sendo repassados a
clubes da Europa e do resto do mundo. Porém, faltou transparência em todas as
etapas do processo.
O Ministério Público da Espanha
levantou indícios de que o clube catalão e os representantes do jogador Neymar
tramaram operações financeiras como objetivo de ocultar o valor real da
transferência do jogador do Santos para o Barcelona em 2013.
Documentos apresentados pelo Tribunal
de Madri informam que a primeira parte da transação foi realizada em 15 de
novembro de 2011 junto à empresa N\N Consultoria
Esportiva e Empresarial Ltda. (Empresa da família de Neymar). No entanto, para
surpresa de muitos, a empresa não estava constituída formalmente na ocasião da
data citada.
A N\N Consultoria
que usa as iniciais do nome do pai e da mãe (Nadine) de Neymar foi criada
oficialmente três dias depois do primeiro acerto entre o clube espanhol e a
família do jogador. A sociedade N\N Consultoria
Esportiva e Empresarial Ltda. nasceu em 18 de novembro de 2011. O contrato e o
pagamento foram realizados com a clara e inequívoca intenção de ocultar
operações e iludir o pagamento dos impostos correspondentes.
Além de o jogador estar vendido antes
da final entre os clubes no Mundial de Clubes da FIFA, o que já seria por
demais antiético, tudo leva a crer que o pai do jogador recebeu muito mais do
que declarou ao Santos e ao nosso país.
A grande diferença não está apenas na
grandeza dos dois clubes, mas sim, na atuação do Ministério Público Espanhol em
relação ao brasileiro. Enquanto os espanhóis vasculharam todos os dados
possíveis do contrato de transferência do jogador, o lado brasileiro nada fez.
A justiça espanhola exige que o
Barcelona pague R$ 114 milhões de indenização a União. O dinheiro envolvido no
acordo era muito superior ao que foi divulgado tanto na Espanha como no Brasil.
Com isso o fisco espanhol deixou de receber 12 milhões de euros (R$ 42 milhões).
Afastamento de presidente e diretores, possível processo e até a prisão dos
envolvidos diferencia e muito o lado brasileiro que na verdade não deu a mínima
importância para o caso.
Não sabemos se a empresa da família de
Neymar está regularizada e se todos os valores recebidos (divulgados e o
verdadeiro) foram devidamente contabilizados com o recolhimento a Receita
Federal dos impostos pertinentes. Enfim, tanto no futebol como fora das quatro
linhas do campo os países de primeiro mundo são muito mais sérios e eficientes
no combate à sonegação fiscal e outros crimes que lesam a união.
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