A base da vergonha não é algum erro
que cometemos, mas que essa
humilhação não seja vista por todo.
Milan Kundera
que cometemos, mas que essa
humilhação não seja vista por todo.
Milan Kundera
A cidade de Bauru completou neste dia primeiro
de agosto 118 anos de existência, consolidando-se como grande polo de comércio
e serviços na região central do Estado de SP. Localizada estrategicamente
próxima do Paraná, Mato Grosso do Sul, e da capital paulista, a cidade possui
aeroporto, fica próxima do terminal intermodal da Hidrovia Tietê Paraná e é
cercada por boas estradas.
Tem hoje aproximadamente quatrocentos
mil habitantes, boas universidades, recebe quase 30 mil universitários de
outras cidades e Estados do país. Tem entre elas a Unesp, USP (Com sua
Faculdade renomada de Odontologia) e mais o inovador e eterno Centrinho que
atende toda América do Sul.
Porém, como na maioria das cidades
brasileiras, sempre foi administrada por políticos comuns, sendo assim, sofre
com a paralisia e a falta de criatividade destes gestores públicos.
Em Bauru temos uma obra, mais
precisamente um viaduto que está completando em 2014 sua maioridade – 21 anos
sem que tenha sido concluído. Tendo passado neste longo período por seis
gestões da administração municipal.
Não possuo a informação precisa de
quanto foi dispendido com o projeto completo, com a obra no decorrer de suas
paralisações e retomadas, com o custo financeiro e as muitas negociações
efetuadas com várias empreiteiras nestes 21 anos.
Trata-se de uma vergonha nacional, um
monumento à incapacidade e a prova cabal da ausência de vontade política dos
nossos dirigentes para com a coisa pública e o erário.
Se pudéssemos colocar lado a lado
todas as desculpas esfarrapadas que foram dadas à sociedade bauruense, com
certeza teríamos algo maior que a própria obra em si.
Se quisermos num esforço hercúleo
imaginar que exista algo de positivo nesta história, podemos dizer que em
relação a tantas outras cidades do Brasil, Bauru leve vantagem na medida em que
a obra não se transformou num elefante branco abandonado, mas que resiste e
pode a qualquer tempo ligar duas regiões da cidade sem limites.
No momento em que escrevo este texto, o
viaduto poderia estar sendo inaugurado, porém ficamos sabendo que a obra está
novamente paralisada por conta da Empreiteira Bema Construções além de atrasar
os pagamentos dos seus empregados está abrindo “mão” dos serviços de alta
complexidade.
Explicando melhor: A empresa Bema não
quer fazer o sistema de drenagem e o ground (Junção entre os vãos do
viaduto). Tudo isso deveria constar da
licitação, mas no Brasil nem as leis, nem o que parece certo, pode ser
considerado transparente e exato.
Quase ao final da obra, depois de 21
anos, uma empresa alega uma questão que até o mais inocente sabe tratar-se de
outra evidência de que jogaram o valor muito baixo na licitação e agora
perceberam que não conseguem cobrir as despesas para poderem auferir um lucro
que esperavam antes das máquinas começarem o trabalho.
Vamos aguardar os desdobramentos,
outras negociações, licitações para fechamento dos vãos e do ground, enfim,
quem sabe Bauru possa inaugurar o Viaduto quando completar 50 anos – Bodas de
Ouro da negligência e da incompetência do Poder Público.
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