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24 de dezembro de 2010

Bodas de Prata da Ineficiência

O processo de redemocratização no Brasil teve seu auge em 1985, quando Tancredo Neves foi eleito por um colégio eleitoral restrito ao Congresso Nacional, ficou gravemente enfermo e veio a falecer tomando posse seu vice, José Sarney.

Em 2010 completamos vinte e cinco anos deste fato, comemorando bodas de prata e não tendo na verdade muitos motivos para festejar. Alguns avanços na telefonia a preço de ouro, alguns avanços na economia a custo altíssimo para a classe média e muito pouco, além disso, no horizonte.

A infra-estrutura sofreu em parte uma cisão com a privatização de muitos setores integrais ou parciais pelo governo federal e alguns governos estaduais. O resto foi empurrado pela barriga dos nossos péssimos governantes ao longo deste período. De Sarney a Lula, passamos por Collor, Itamar Franco, FHC 8 anos e Lula 8 anos.

Todos eles a sua maneira deram nomes pomposos a planos de ação que jamais ajudaram a construir e reformar nossas rodovias que estão nos dias atuais em petição de miséria. Algumas estradas no Centro-Oeste e no Norte do país se parecem com imagens de rodovias da Bolívia, Vietnã...

Os nossos aeroportos são antigos, obsoletos, perigosos e os passageiros e funcionários não têm conforto algum, não tem ligação com Metrô, trens de alta velocidade ou quaisquer sistemas de transportes rápidos, limpos e modernos. Aliás, nosso sistema aéreo é um dos piores do mundo, pagamos preços de passagem da Europa e viajamos no equivalente a um trem de subúrbio da Índia.

Os nossos portos são igualmente obsoletos e ineficientes nos transporte tanto de cargas como de passageiros. Nenhum aeroporto ou porto foi inaugurado nestes vinte e cinco anos no país. Pequenas reformas e muitas promessas foi o que restou. A maioria das obras feitas nos tempos da ditadura militar sofre com a falta de manutenção e o abandono de um Estado que sabe cobrar impostos e tributos, mas não faz sua parte, não trabalha, é ocioso e vagabundo na administração pública.

O Metrô em SP ficou praticamente parado por alguns anos, andando a passos de tartaruga doente. As grandes capitais ao redor do mundo possuem centenas de quilômetros de linhas de metrô, enquanto aqui o PSDB manteve a maior cidade do país caminhando para trás.

O governo federal nunca investiu em saneamento básico na mesma medida que cobraram impostos, sua ganância para alimentar a máquina podre, corrupta e aloprada foi sempre muito maior do que a correta aplicação dos recursos em obras de saneamento para a população brasileira. Muitos ainda não possuem água potável, o esgoto corre pelas vielas escuras do país.

O cheiro deste esgoto se mistura com o odor de governantes que prometem muito e depois de eleitos torram dinheiro com desperdício, corrupção e propagandas mentirosas, quando deveriam fazer o simples, que é trabalhar e honrar o voto popular.

Imaginem que em poucos anos alguns países se tornaram verdadeiras potência mundiais, enquanto jogamos no lixo 25 anos de administração pública. Perdemos o tempo, perdemos parte da nossa esperança de ver o Brasil ser um país de verdade, justo, forte e próspero.

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