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10 de junho de 2009

A violência dentro e fora dos estádios

Mais um torcedor perdeu a vida nesta semana antes de chegar ao estádio para assistir um jogo de futebol entre o Corinthians e o Vasco da Gama. Não foi o primeiro e nem será o último, visto que as autoridades policiais, judiciais e do governo federal não querem mesmo acabar com essa situação que privilegiam marginais em detrimento das famílias que gostariam de freqüentar os estádios brasileiros.
Muitas idéias surgem sempre que um homicídio ocorre, mas nenhuma dessas brilhantes sugestões é capaz de evitar novas mortes. São idéias pequenas, são factóides que não atacam o cerne da questão da violência fora e dentro dos estádios de futebol.
Ainda estão discutindo se devem ou não banir torcidas organizadas, se devem ou não cadastrar torcedores que compram ingressos, se deve ou não proibir isso ou aquilo. Na verdade várias são as medidas que deveriam vigorar desde vinte anos atrás.
A primeira medida é acabar com o fim da impunidade que rola solta mais do que as bolas nos campos de jogo. O elemento suspeito de ter assassinado o rapaz em São Paulo, foi preso, identificado e solto. Sim solto, ele é Leonardo Scorza Pereira carioca, membro da Força Jovem do Vasco e estava dentro da sede da Mancha Verde quando foi preso. O meliante é suspeito da morte de um torcedor do Flamengo no Rio de Janeiro.
Como que alguém suspeito de um crime pode estar nas ruas para cometer outro crime semelhante, mas em cidades diferentes?
Quem soltou o marginal? De que adianta proibir a entrada de bandeiras nos estádios paulistas se entram criminosos livres e impunemente?
Enquanto a polícia não estiver preparada efetivamente para punir e coibir com medidas preventivas essa escória de andar livremente nas ruas, não somente os torcedores nos estádios correm perigo, mas sim, o conjunto da sociedade. A justiça brasileira é omissa e lenta, recheada de leis, que na sua maioria são repletas de benesses e vantagens aos criminosos. Leis de primeiro mundo vigendo em país de terceiro mundo que sonha em realizar grandes eventos.
É preciso reescrever as leis no Brasil, tirar dos seus meandros tantas liberalidades, tantas hipocrisias, é preciso que se tenhamos leis aplicáveis da mesma forma que o fazem países sérios do primeiro mundo. Rigor, não mata ninguém, impunidade sim.
Realizar jogos de uma torcida só é o atestado ISO 21.000 que se concede ao Estado que não tem capacidade alguma de defender a sociedade que lhe remunera com pesados impostos. É o atestado de incompetência final.
As torcidas organizadas devem ser banidas imediatamente da face do esporte. Os dirigentes esportivos que interagirem com essa escória devem igualmente ser defenestrados do comando de seus clubes. O elemento que brigar dentro ou fora do estádio deve ser fichado e proibido de assistir jogos de quaisquer modalidades por cinco anos. Se houver crime contra o patrimônio ou a vida, o rigor da lei deve ser o maior possível.
O resto é balela, conversa mole de comentaristas esportivos e procuradores a fim de aparecerem na mídia ou conseguirem se eleger no futuro à custa desse assunto.

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