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10 de junho de 2009

Rebanho de "Jabutis"

O Ministro da Defesa Nelson Jobim, ao defender a demissão de vários assessores ocupantes de cargos de “confiança” na Infraero usou a denominação “Jabotis nos galhos”. Disse textualmente que “Se estavam lá é por que alguém botou, por que Jaboti não sobe em árvore”. O ministro ainda confirmou que muitos desses “Jabotis” não eram sequer conhecidos pela administração.
A maioria deles foi colocada na Infraero dentro do pacote de bondades do governo para com o PMDB, o maior sanguessuga da nossa política. As indicações dos cerca de noventa e oito empregados sem concurso e sem critérios é fato corriqueiro no país, e se falta vergonha e patriotismo sobra candidatos a aspones (Assessores de Coisas Nenhuma).
Se na Infraero que sempre está nas paginas dos jornais como uma empresa inchada, mal administrada e que não consegue de forma alguma tomar conta dos nossos aeroportos, imaginem no resto desse imenso país quantos “jabotis” estão pastando às custas do nosso suado dinheiro?
Além do governo federal, dos estaduais, dos municipais ainda temos jabotis no congresso nacional, nas assembléias legislativas, nas câmaras e também nas autarquias e fundações espalhadas por todo nosso vasto território. São milhares de cargos criados exclusivamente com a finalidade de contemplar partidos políticos em troca de favores e votos que contrariam a vontade popular e os mais lícitos interesses do conjunto da nossa sociedade.
O jaboti tem como uma de suas características a casca grossa para protegê-lo no mundo animal, pois no mundo da nossa política sórdida o “Jaboti” que ocupa cargo de confiança também às vezes é casca grossa, trata mal seus interlocutores, desaparece do serviço público como se fosse um imenso tatu.
A proliferação de Jabotis começa sempre nos anos eleitorais após as negociações entre partidos e as composições das futuras e odiosas “bases eleitorais”. Ao assumir o cargo, o partido vencedor já sabe de antemão da cota de “Jabotis” que terá de arrumar para saciar a sede de poder dos seus aliados.
A venda de empresas estatais que alguns políticos cínicos chamavam de cabide de empregos diminuiu para eles mesmos o poder de barganha, restaram poucas empresas nos governos e o jeito foi entrar no seio dos governos, em áreas ministeriais e suas autarquias e fundações.
O certo é que se fossemos exportar carne de “jabotis” teríamos lucros exorbitantes e com certeza seria um alivio para os cofres públicos em seu mais amplo sentido, pois além do recurso da venda teríamos a economia de estarmos privados de figuras tão nocivas quanto patéticas no meio do funcionalismo público e estatal brasileiro. Onde, diga-se de passagem, a maioria é séria e muito profissional.

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