“A mente de um fanático é
como a pupila do olho:
quanto mais luz incide sobre
ela,
mais se irá contrair.”
Oliver Wendell
Holmes.
Embora esteja distante milhares de
quilômetros do Rio de Janeiro, sem envolvimento profissional ou pessoal com
tudo que está acontecendo naquele Estado, um coronel da polícia militar
resolveu falar sobre o assassinato da Vereadora Marielle Franco e do motorista
Anderson Gomes.
Entretanto suas palavras não foram para
ajudar a elucidar o caso do assassinato numa emboscada cujos assassinos e os
mandantes ainda não foram descobertos pela polícia civil do RJ. Ele resolveu
escrever para ofender a vitima e se dizer indignado com a comoção das milhares
de pessoas em relação à Marielle e Anderson.
Claro que, ele nunca se indignou com
as milhares de vitimas de balas perdidas, homicídios e chacinas no Rio de
Janeiro nem sequer em seu Estado natal. Claro que, este coronel nunca veio a
público para manifestar sua contrariedade para com os casos de violência policial,
corrupção, ou até mesmo para com os seus colegas de farda que não recebem
salários em dia em vários Estados há muito tempo.
Ao contrário, o coronel ficou indignado com aquilo que não deveria.
Disse entre outras asneiras o seguinte: “Por que tanta tentativa de transformar
essa vereadora em mártir? Ela representa o povo? Que povo? Qual segmento do
povo? Do cidadão de Bem?
Não é difícil coronel responder suas
perguntas recheadas de racismo, soberba e ignorância. Vamos lá coronel:
1º
Ninguém no país estava tentando transformar as vitimas em mártires, apenas
demonstraram sua indignação com relação à forma cruel, covarde que os
assassinos utilizaram para calar uma pessoas que exercia de forma correta seu
mandato político;
2º
Ela representava o povo sim coronel, não o povo que o senhor conhece, mas
aqueles das comunidades pobres e abandonadas pelo Estado brasileiro nas favelas
criadas pela falta de competência dos nosso governantes de dar habitação e
dignidade a nossa gente;
3º
Ela tinha o respaldo de 46 mil votos, do povo pobre, sofrido, negro e branco da
cidade do Rio de Janeiro, destas mesmas comunidades abordadas no item anterior;
4º
O coronel pergunta se ela representava gente do Bem. Neste caso, com certeza
gente melhor e mais honesta e esclarecida do que aquelas que ao invés de ficar
caladas ou se solidarizarem preferem falar asneiras preconceituosas e racistas
como o senhor coronel.
A situação do país é gravíssima, não
precisamos de intolerância, ignorância e nem de extremismos de ambas as partes,
nem do lado das pessoas próximas as vitimas, muito menos dos desconhecidos que
usam redes sociais e a mídia para vociferar bobagens e difundir ainda mais
ódio.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
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