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21 de março de 2018

Um coronel em busca dos seus efêmeros 15 minutos de fama!

“A mente de um fanático é
como a pupila do olho:
quanto mais luz incide sobre ela,
mais se irá contrair.”
Oliver Wendell Holmes.

Embora esteja distante milhares de quilômetros do Rio de Janeiro, sem envolvimento profissional ou pessoal com tudo que está acontecendo naquele Estado, um coronel da polícia militar resolveu falar sobre o assassinato da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Entretanto suas palavras não foram para ajudar a elucidar o caso do assassinato numa emboscada cujos assassinos e os mandantes ainda não foram descobertos pela polícia civil do RJ. Ele resolveu escrever para ofender a vitima e se dizer indignado com a comoção das milhares de pessoas em relação à Marielle e Anderson.
Claro que, ele nunca se indignou com as milhares de vitimas de balas perdidas, homicídios e chacinas no Rio de Janeiro nem sequer em seu Estado natal. Claro que, este coronel nunca veio a público para manifestar sua contrariedade para com os casos de violência policial, corrupção, ou até mesmo para com os seus colegas de farda que não recebem salários em dia em vários Estados há muito tempo.
  Ao contrário, o coronel ficou indignado com aquilo que não deveria. Disse entre outras asneiras o seguinte: “Por que tanta tentativa de transformar essa vereadora em mártir? Ela representa o povo? Que povo? Qual segmento do povo? Do cidadão de Bem?
Não é difícil coronel responder suas perguntas recheadas de racismo, soberba e ignorância. Vamos lá coronel:
1º Ninguém no país estava tentando transformar as vitimas em mártires, apenas demonstraram sua indignação com relação à forma cruel, covarde que os assassinos utilizaram para calar uma pessoas que exercia de forma correta seu mandato político;
2º Ela representava o povo sim coronel, não o povo que o senhor conhece, mas aqueles das comunidades pobres e abandonadas pelo Estado brasileiro nas favelas criadas pela falta de competência dos nosso governantes de dar habitação e dignidade a nossa gente;
3º Ela tinha o respaldo de 46 mil votos, do povo pobre, sofrido, negro e branco da cidade do Rio de Janeiro, destas mesmas comunidades abordadas no item anterior;
4º O coronel pergunta se ela representava gente do Bem. Neste caso, com certeza gente melhor e mais honesta e esclarecida do que aquelas que ao invés de ficar caladas ou se solidarizarem preferem falar asneiras preconceituosas e racistas como o senhor coronel.
A situação do país é gravíssima, não precisamos de intolerância, ignorância e nem de extremismos de ambas as partes, nem do lado das pessoas próximas as vitimas, muito menos dos desconhecidos que usam redes sociais e a mídia para vociferar bobagens e difundir ainda mais ódio.

Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.

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