Ideologias nos separam, sonhos
e aflição nos unem.
Eugene Lonesco
O país está em meio a um processo de
impeachment que pode ser contestado, porém, a administração Dilma Rousseff foi
um caos, tendo como coadjuvante o pior Congresso Nacional de sua história
democrática recente.
O interino Michel Temer diz algo pela
manhã, desmente à tarde e aprova outra terceira opção à noite. Já trocou dois
ministros e vive assustado com a possibilidade de a qualquer instante ouvir
outro áudio da Lava Jato que catapulte mais um colaborador.
Vivendo sobre a égide de um rombo
anunciado de R$ 170 bilhões de reais, discursando sobre a necessidade de
sacrifícios (Como se viver no Brasil já não fosse algo muito parecido com isso),
Temer flerta com novo aumento de impostos ou a recriação da nefasta CPMF.
Neste cenário grotesco e sem projetos
na área econômica para tirar o país do lamaçal, com 12 milhões de
desempregados, assistimos atônitos o governo Temer conceder aumentos variáveis
de 16,5% a 41,47% para aproximadamente dezesseis categorias de servidores
públicos dos três poderes.
Ao invés de demitir cargos de
confiança que chegam próximos a duzentos mil no governo federal, ou congelar
aumentos e salários dos mesmos servidores por ao menos um ano, surge um bonde
da vergonha permitido pelo mesmo congresso que impedia qualquer ato do governo
Dilma.
O orçamento da União terá um impacto
até pelo menos 2019 de cerca de R$ 65 bilhões. O gasto público apenas em 2016
será de R$ 8 bilhões para os cofres públicos.
Onde ficam aquelas questões que os
mesmos políticos sempre citam em seus discursos evasivos? SUS, Rombo da
Previdência, Recursos para Educação e Segurança Pública? Enfim, o Brasil
caminha para sua insolvência e quem pagará a conta sempre somos nós, em sua
maioria classe média (Empregados com carteira assinada, Aposentados e pequenos
e médios comerciantes e profissionais liberais).
O povo brasileiro não percebeu nada,
não houve discussões acaloradas na Câmara nem no Senado, não houve debate nem
contrapropostas. A imoralidade tramitou em surdina e pegou a todos de surpresa
na calada da noite após sua aprovação.
Compare com os salários que vigoram na
esfera privada em grandes empresas e veja a diferença de ser próximo ao poder
público: Auditor Fiscal passa de R$ 15.700,00 para R$ 21.000,00. Cada ministro
do STF passa a receber mensalmente R$ 39.293,00.
Além desse aumento obsceno e imoral,
no escopo da canalhice a Câmara Federal aprovou também a criação de 14 mil
novos cargos federais. Numa enorme contradição, afinal dizem que o PT aparelhou
as estatais, que criou milhares de novos cargos, não seria inteligente cortar
cargos e não criá-los também?
Resta agora saber quanto tempo os
jovens, os empresários e toda aquela multidão que tomava às ruas e avenidas das
nossas cidades levarão para protestar de forma firme e definitiva contra essa
escória do PMDB e todos os demais partidos que estão juntos (PSDB, DEM, PP,
PTB, etc.).
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