“A democracia... É uma
constituição agradável,
anárquica e variada,
distribuidora de igualdade
indiferentemente a iguais e a
desiguais”.
Jamais vou esquecer o dia em que Cesar
Maia, Prefeito do Rio de Janeiro, tripudiou sobre a cidade de São Paulo após a
escolha da cidade maravilhosa como sede dos jogos Pan-Americanos de 2007. Disse
entre outras coisas que beleza era fundamental. Discordo, penso que para
receber um evento dessa magnitude seja essencial ter planejamento, capacidade
de execução e honestidade, quesitos mais importantes do que beleza externa.
O que estamos assistindo no Rio de
Janeiro desde o fim dos Jogos Pan-Americanos e a sua escolha como sede das
Olimpíadas/2016, nada mais é do que a confirmação da incapacidade de gestão
pública do Governo do Estado e da Prefeitura, aliados a ausência completa de
princípios corretos de administração da coisa pública.
A arrogância de César Maia e Eduardo
Paes, aliado à ignorância de Pezão e Sérgio Cabral, deixou o RJ às cegas no que
tange ao cumprimento orçamentário e a execução de tantas obras necessárias para
receber três eventos grandiosos em tão curto espaço de tempo.
A saúde pública, o saneamento básico e
a segurança são grandes vitimas do descaso e da incapacidade administrativa
desses gestores incapazes, eleitos pelo povo carioca para governá-los. Claro
que, os efeitos mais contundentes serão sentidos apenas pela classe média e os
mais desfavorecidos.
Esses políticos não pensaram por um
minuto sequer nas consequências dessas aventuras nababescas em que colocaram o
Rio de Janeiro e seu povo. Por certo, acharam que nada aconteceria antes deles
sumirem do cenário político. Os efeitos colaterais já começaram a serem
sentidos de forma severa. Com certeza vão piorar a cada mês, mesmo com os jogos
Olímpicos ainda por começarem.
O ato de decretar “Estado de
Calamidade Pública” às vésperas das Olimpíadas além de ser um tremando vexame, é
um golpe para angariar recursos burlando a Lei de Responsabilidade Fiscal que
veta repasses do Tesouro Nacional a Estados inadimplentes. LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000.
Embora haja discordância quanto a essa
estratégia dos governantes cariocas, visto não ter havido nenhuma tragédia
natural, apenas uma escolha errada de administradores públicos para gerir o governo municipal e estadual do RJ.
Os políticos cariocas alegam que as
arrecadações caíram, porém, omitem da sociedade que somente com desonerações
fiscais deixaram de arrecadar entre 2007 e 2015 algo próximo de R$ 185 bilhões.
Recursos mais do que suficientes para não precisar aplicar golpes no erário.
Por esses motivos que nas cidades do chamado
primeiro mundo ninguém se aventura a ser candidato à sede de quaisquer eventos
sem que haja antes um plebiscito onde o povo possa referendar ou não aquela
ideia.
Aqui, ao contrário, lançam a candidatura,
discutem o que é superficial e começam a esfregar as mãos imaginando o que vão
ganhar de propinas e quanto será destinado as suas contas no exterior.
O legado que os eventos vão deixar são
justamente esses, dívidas quase impagáveis, obras superfaturadas, orçamentos
mal realizados, prejuízos à União e ao próprio Estado, sem contar o sofrimento
da população que não terá os valores correspondentes nos investimentos em
Hospitais, Escolas, Saneamento Básico, Habitação e Segurança Pública.
Todos os envolvidos nessa aventura, desde
César Maia, Lula, Eduardo Paes, Sérgio Cabral, Carlos Nuzman até Dilma, deveriam
ser condenados a devolver aos cofres públicos todos os prejuízos causados por
essa aventura sem sentido em nosso país.
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