A tortura de uma consciência
culpada é o
inferno do ser vivo.
John Calvin
Uma avalanche
de lama e detritos cobriu a cidade mineira de Mariana matando várias pessoas e
desabrigando milhares de moradores que perderam tudo, moradia, pertences e
documentos. Da noite para o dia eles tiveram suas vidas jogadas à lama
literalmente. Ainda há desaparecidos e as vitimas podem aumentar esta
estatística inicial.
O rompimento de
barragens da Samarco - empresa do grupo Vale do Rio Doce e da BHP empresa
australiana, além da destruição das casas em Mariana, das mortes provocadas
ainda vai destruir muita coisa rio abaixo. O avanço da lama pode chegar a um
raio de 100 quilômetros afetando dezenas de cidades e Minas Gerais e até do
Espírito Santo.
Existe o risco
de desabastecimento dos serviços de água aos moradores de mais de quinze
cidades de MG e ES. Sem contar a destruição sem precedentes do meio ambiente
naquela região.
As empresas
envolvidas se declaram inocentes, dizem que tudo estava funcionando de acordo
com as leis e que as barragens haviam sido fiscalizadas recentemente. Isso tudo
é balela, se tudo estivesse funcionando adequadamente nada poderia justificar o
rompimento das barragens.
A verdade é que
as vitimas jamais vão conseguir recuperar na Justiça tudo o que perderam de
bens materiais. As mortes poderão ser cobertas por seguros, porém a
reconstrução das cidades afetadas e das casas e comércios devastados pela lama
nunca serão pagos as vítimas.
No Brasil
sempre que uma tragédia como essa acontece, o máximo que o governo federal faz
é dizer que libera o recurso do FGTS (Que é da pessoa) para que ela saque e se
vire. Caso não tenha FGTS está na rua da amargura e sem auxilio algum das
autoridades brasileiras.
As empresas
vão fingir prestar solidariedade por alguns dias após a tragédia, em seguida
providenciarão que os processos abertos sejam o mais lento possível para serem
julgados. Assim foi com o Bateau Mouchê, Desabamento dos Prédios no RJ, Queda
de Shopping Center, etc.
O povo pobre,
sofrido, terá de recomeçar do zero, sem nada no bolso, sem auxílio oficial,
contando quando muito com a solidariedade do povo mineiro e brasileiro em
geral.
Na hora de
recolhermos impostos o governo municipal, estadual e federal são rápidos e
mantém tudo informatizado para que não falte um centavo em seus cofres. Porém,
quando o cidadão ou uma cidade inteira precisam de retorno, recebem um não bem
grande na face.
As empresas
exploram as riquezas do nosso solo e subsolo e destroem a natureza, provocam
desastres como este em Mariana e não tem com o que se preocupar. O governo e as
autoridades estão ao seu lado, muito ao contrário do povo que é tratado como
lixo, como se fossem inimigos deles.
O tradicional sobrevoo
da área da tragédia já foi feito pelo Governador de MG e por um Ministro. Toda
tragédia alguém faz isso para depois dizer que o governo federal irá repassar
um recurso que jamais chega ao seu destino.
Então você
percebe que o governo federal faz duas coisas quando acontecem tragédias que
matam, desabrigam muitas pessoas no Brasil: Liberar o FGTS delas próprias e
sobrevoar a área afetada. A Justiça faz o quê? Empurra com a barriga assim como
está fazendo no caso da Casa Noturna de Santa Maria da Serra – RS.
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