A tortura de uma consciência
culpada é o
inferno do ser vivo.
John Calvin
Uma suposta
denúncia da existência de provas contra servidores e vereadores da cidade de
Bauru causou um enorme rebuliço nos corredores do Poder Executivo e do
Legislativo. Suposições, suspeitas, vazamentos de informações não confirmadas,
e ao final – silêncio constrangedor!
A suposta
denuncia acontece num cenário onde está sendo exigido o pagamento de propinas
por dois agentes públicos para a concessão de áreas públicas municipais, que
dependem de aprovação prévia da Câmara.
Em que pese o
Ministério Público ainda estar investigando todas as denúncias com suas
evidências, mais uma vez a sociedade fica à mercê de um provável arquivamento
que enterrará parcialmente as suspeitas de que nem tudo está em ordem no reino
da cidade sem limites.
Para completar
a receita do sanduíche Bauru, eis que por enorme “coincidência” surge mais uma
denúncia na Câmara Municipal, desta vez, com a presença da vítima de tentativa
de extorsão. Um empresário diz textualmente aos membros da Comissão de
Fiscalização da Câmara que um agente público lhe cobrou uma “contribuição”
(Vulgo Propina) de R$ 10.000,00 (Dez mil reais), em troca da liberação da área,
a titulo de concessão para viabilizar a construção de uma nova sede para sua
fábrica.
Temos então,
duas denúncias, uma cheia de “suspeitas”, visto que a fita de áudio não é
audível, não existem provas contundentes e claras, mas permite deduções que
levem ao encontro da verdade. A outra é translúcida, visto que existe o
denunciante em carne e osso com detalhes que podem levar a verdade também.
A grande
coincidência está no fato de que a primeira denúncia apesar de mal trabalhada
por quem a recebeu, tem o mesmo assunto, a mesma temática do uso de pedido de
propina antes de liberação de áreas de concessão pública para finalidades
comerciais.
Sendo assim,
fica menos difícil saber quem está por trás destes atos que enojam o cidadão
brasileiro e para as quais esperamos haja o máximo rigor nas investigações do
MP e posteriormente da Justiça. Afinal de contas, a sociedade que está nas ruas
pedindo o fim da corrupção demonstra que não tem mais tolerância para com este
crime.
Com certeza a
função de liberar ou analisar os pedidos de concessão de áreas públicas para
empresas ou grupos privados em Bauru está afeta a uma única Secretaria, onde
não deve haver tantas pessoas trabalhando nesta atividade.
Nota-se na
cidade um silêncio constrangedor, um pulsar do tempo conspirando contra a
exposição da verdade e a punição aos envolvidos. As agendas ocultas do poder
estão agitadas, na calada da noite muito se conversa e se discute o assunto com
certeza cobrando um preço alto por este mesmo silêncio.
Nós,
bauruenses, brasileiros que pagamos uma obscenidade sem fim de impostos
confiamos que o MP e a Justiça quebrarão este incomodo silêncio em Bauru.
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