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29 de julho de 2015

Diga-me com quem andas e te direi quem és!

O mal une os homens. Aristóteles

A frase acima ainda utilizada nos dias atuais, sempre foi atribuída a Bíblia, ou para alguns ainda foi proferida por Jesus em algum momento de sua peregrinação na terra. Na verdade, desta forma como está escrita ela não aparece na Bíblia nem tem citações relacionadas a Jesus.
De qualquer forma podemos dizer que a encontramos no livro sagrado, mas escrita de outras formas semelhantes, com outras palavras, de forma contextual, tendo talvez o mesmo significado.
Todos os brasileiros estão acompanhando nos telejornais à exaustão os desdobramentos diários da Operação Lava Jato, que foi realizada pela Polícia Federal e agora se encontra na instância de apuração e julgamentos com o Juiz Sérgio Moro em Curitiba.
Vários empresários foram presos e estão aguardando julgamento, enquanto outros estão fazendo delação premiada e assim possibilitando que a justiça entenda os meandros da corrupção nas empresas estatais e nas licitações de obras por elas realizadas.
Alguns políticos foram presos, ex-diretores de estatais também estão atrás das grades aguardando os desdobramentos dos processos. Na semana retrasada foi divulgado um depoimento que coloca sob suspeita o presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha – PMDB-RJ. Afirma o delator que Cunha teria recebido R$ 5 milhões de reais por conta de propinas.
Cunha não desmentiu, ao invés disso começou a atacar o governo do qual seu partido é aliado desde 2002. O PMDB possuí milhares de cargos nos três principais escalões do desgoverno petista, que agora é criticado por Cunha. Também atacou o juiz Moro e o ameaçou junto ao STF.
Rompeu com o governo de Dilma, mas nenhum dos apadrinhados de seu partido foi retirado da administração pública direta ou indireta. Muito conveniente esse posicionamento adotado pelo presidente da Câmara.
No dia 27 de julho em São Paulo o ápice dos absurdos ocorre num almoço realizado por quinhentos empresários paulistas onde o principal convidado à mesa era justamente o senhor Eduardo Cunha. Você convidaria um político suspeito de corrupção para ser padrinho de batismo de sua filha? Ou para ser padrinho de casamento? Você ficaria feliz em ter um suspeito de corrupção à mesa jantando com você e sua esposa e filhos?
Pois os empresários de São Paulo acreditam que as denúncias da operação Lava Jato e as ações do juiz Sérgio Moro valem apenas quando os acusados são petistas, visto que, nos demais casos tendem a acreditar na inocência dos demais envolvidos, a ponto de promover um caríssimo almoço para acolher um deles.
Neste barco está o Governador Geraldo Alckmin que apesar de ser oposição ao governo federal, recebeu Cunha em seu gabinete quando da passagem do mesmo por São Paulo. O mesmo Alckmin que não recebeu sequer uma única vez os representantes dos Professores do Estado em sua sala quando das discussões por melhores condições de ensino em São Paulo, recebe o suspeito Eduardo Cunha com toda pompa e circunstância. Estranho?
Afinal de contas para os empresários e o governador Corrupção é crime? Devem ser todos punidos ou apenas aqueles ligados ao PT? Os empresários estão preocupados realmente com a situação caótica do país? Ou apenas em tomar partido de um lado do barco que pode não naufragar apesar do peso de sua camarilha ser tão grande quanto à do partido que nos governa? Com relação a estes 500 empresários e ao governador de SP posso afirmar sem medo de errar: Eu sei com quem vocês andam, portanto, sei quem vocês são.



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