O mal une os homens. Aristóteles
A frase acima
ainda utilizada nos dias atuais, sempre foi atribuída a Bíblia, ou para alguns
ainda foi proferida por Jesus em algum momento de sua peregrinação na terra. Na
verdade, desta forma como está escrita ela não aparece na Bíblia nem tem
citações relacionadas a Jesus.
De qualquer
forma podemos dizer que a encontramos no livro sagrado, mas escrita de outras
formas semelhantes, com outras palavras, de forma contextual, tendo talvez o
mesmo significado.
Todos os
brasileiros estão acompanhando nos telejornais à exaustão os desdobramentos
diários da Operação Lava Jato, que foi realizada pela Polícia Federal e agora
se encontra na instância de apuração e julgamentos com o Juiz Sérgio Moro em
Curitiba.
Vários
empresários foram presos e estão aguardando julgamento, enquanto outros estão
fazendo delação premiada e assim possibilitando que a justiça entenda os
meandros da corrupção nas empresas estatais e nas licitações de obras por elas
realizadas.
Alguns
políticos foram presos, ex-diretores de estatais também estão atrás das grades
aguardando os desdobramentos dos processos. Na semana retrasada foi divulgado
um depoimento que coloca sob suspeita o presidente da Câmara Federal Eduardo
Cunha – PMDB-RJ. Afirma o delator que Cunha teria recebido R$ 5 milhões de
reais por conta de propinas.
Cunha não
desmentiu, ao invés disso começou a atacar o governo do qual seu partido é
aliado desde 2002. O PMDB possuí milhares de cargos nos três principais
escalões do desgoverno petista, que agora é criticado por Cunha. Também atacou
o juiz Moro e o ameaçou junto ao STF.
Rompeu com o
governo de Dilma, mas nenhum dos apadrinhados de seu partido foi retirado da
administração pública direta ou indireta. Muito conveniente esse posicionamento
adotado pelo presidente da Câmara.
No dia 27 de
julho em São Paulo o ápice dos absurdos ocorre num almoço realizado por quinhentos
empresários paulistas onde o principal convidado à mesa era justamente o senhor
Eduardo Cunha. Você convidaria um político suspeito de corrupção para ser
padrinho de batismo de sua filha? Ou para ser padrinho de casamento? Você
ficaria feliz em ter um suspeito de corrupção à mesa jantando com você e sua
esposa e filhos?
Pois os
empresários de São Paulo acreditam que as denúncias da operação Lava Jato e as
ações do juiz Sérgio Moro valem apenas quando os acusados são petistas, visto
que, nos demais casos tendem a acreditar na inocência dos demais envolvidos, a
ponto de promover um caríssimo almoço para acolher um deles.
Neste barco
está o Governador Geraldo Alckmin que apesar de ser oposição ao governo
federal, recebeu Cunha em seu gabinete quando da passagem do mesmo por São Paulo.
O mesmo Alckmin que não recebeu sequer uma única vez os representantes dos
Professores do Estado em sua sala quando das discussões por melhores condições
de ensino em São Paulo, recebe o suspeito Eduardo Cunha com toda pompa e
circunstância. Estranho?
Afinal de
contas para os empresários e o governador Corrupção é crime? Devem ser todos
punidos ou apenas aqueles ligados ao PT? Os empresários estão preocupados
realmente com a situação caótica do país? Ou apenas em tomar partido de um lado
do barco que pode não naufragar apesar do peso de sua camarilha ser tão grande
quanto à do partido que nos governa? Com relação a
estes 500 empresários e ao governador de SP posso afirmar sem medo de errar: Eu
sei com quem vocês andam, portanto, sei quem vocês são.
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