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15 de maio de 2015

A pouco divulgada Operação Zelotes!

"O orçamento deve ser equilibrado,
o Tesouro Público deve ser reposto,
a dívida pública deve ser reduzida,
a arrogância dos funcionários públicos
deve ser moderada e controlada,
e a ajuda a outros países deve ser eliminada,
para que Roma não vá à falência.
As pessoas devem novamente aprender a trabalhar,
em vez de viver à custa do Estado ".
Ano 55 a.C. Marco Túlio Cícero

A operação Zelotes deflagrada há dois meses pela Polícia Federal depois do recebimento de uma carta anônima, embora seja comprovadamente um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no Brasil não tem destaque algum na nossa grande mídia. Nem as revistas nem os telejornais, tampouco os jornais impressos abordam o tema como o fazem, por exemplo, com a Operação Lava a Jato.
As quadrilhas atuavam junto ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado diretamente ao Ministério da Fazenda. A entidade é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que correspondem a R$ 580 bilhões.
O nome Zelotes vem do adjetivo zelote, referente àquele que finge ter zelo. Ele faz alusão ao contraste entre a função dos conselheiros do Carf de resguardar os cofres públicos e os possíveis desvios que efetuaram.
O prejuízo inicial apurado era de aproximadamente R$ 6 bilhões de reais aos cofres públicos. Estão sob suspeita processos que giram em torno de R$ 19 bilhões devidos ao fisco. Só para se ter uma noção de grandeza deste esquema de fraudes, o prejuízo de seis bilhões equivale a três vezes o dinheiro desviado da Petrobrás.
A investigação atinge processos desde 2005, neste pacote de sonegação e fraudes estão sendo investigados 74 empresários, empresas e entidades como a Petrobrás, Embraer, TIM e o PP - Partido Progressista.
Em doze processos a polícia encontrou "elementos consideráveis de irregularidades". Estão nesse grupo Gerdau e RBS; as companhias Cimento Penha, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio, Mundial-Eberle; as empresas do setor automotivo Ford e Mitsubishi, além de instituições financeiras como Santander, Safra, Bradesco e Boston Negócios.
Outros, porém, foram procurados por facilitadores que intermediavam o suborno a conselheiros do órgão, mas ainda não há contra eles elementos que comprovem o pagamento de propina. Em meio ao escândalo, o Carf suspendeu todas as sessões de 2015, sem adiantar prazo para que as datas sejam revistas.
A Operação Zelotes aponta que as quadrilhas formadas por conselheiros, ex-conselheiros e servidores públicos, usavam o acesso privilegiado a informações para identificar "clientes", contatados por meio de "captadores", que poderiam ser empresas de lobby, consultorias ou escritórios de advocacia.
Um aspecto do funcionamento do Carf chamou a atenção do Ministério Público. "Havia uma série de advogados pleiteando uma cadeira no conselho, embora a função não seja remunerada", diz o procurador federal Frederico Paiva, responsável pelo caso.
Pelo que podemos perceber o golpe era gigantesco, motivo de estranharmos a omissão e o silencio da nossa grande mídia para com o caso. Silencio que também persiste no Caso HSBC que encontrou contas de centenas de brasileiros na Suíça, com indícios claros de sonegação fiscal e evasão de divisas. Nomes omitidos, origem, etc. e enquanto isso overdose de Lava a Jato na mídia, futebol e novelas.  

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