“Os homens são como os vinhos:
a idade azeda os maus e apura os bons.”
Marco Túlio Cícero
O nosso país tem por hábito destruir boas ideias, grandes empreendimentos e muitas vezes sonhos que são sonhados por nossa gente com base em fatos concretos e ideais inteligentes e sensatos.
Um destes exemplos são os Fundos de
Pensão, criados no final da década de ’60 início da década de ’70. Eles foram
concebidos para auxiliar a Previdência Social e dar aos empregados das empresas
estatais um ganho ao final de suas carreiras nas respectivas empresas quando de suas aposentadorias. Foi com
certeza um fator motivador para que muitos empregados prestassem concursos e
procurassem as chamadas estatais para desenvolver suas carreiras profissionais.
O Fundo de Pensão era uma ferramenta
potente das áreas de recursos humanos além de corrigir enormes distorções da
previdência social, funcionava como uma poupança obrigatória.
Grandes Fundos foram montados e eram
para ser totalmente separados politicamente das suas mantenedoras, pois da sua isenção política
e técnica estes Fundos dependeriam para poder investir com isenção e base atuarial, contratar profissionais e serviços, independentemente do partido
político que estivesse no poder.
Mas quem pode sonhar com isso?
Ninguém, bastou a democracia retornar a plenos pulmões ao país com as eleições
livres a cada quatro anos para que as grandes empresas tivessem seus Fundos
Previdenciários envolvidos em todo tipo de escândalos e fora das bases
técnicas atuariais inicialmente concebidas.
Foram usados de forma indevida no
processo de privatização iniciado em 1995. Obrigados a comprar papéis podres no
mercado acionário brasileiro. Tiveram que participar da compra de empresas de
setores da economia como telefonia, bancos, energia, etc. Sem que houvesse um
retorno econômico e financeiro que sustentasse as operações.
Sem contar que acabaram sendo usados
como cabides de emprego nos últimos anos pelos políticos que estão no poder.
Com isso, falhas na gestão inviabilizaram projetos de interesse do próprio
governo. Os fundos deixaram de ser referência e passaram a ter dificuldades na
crise econômica. A rentabilidade em 2013 foi de apenas 2,02%, muito aquém dos
11,63% previstos pelos seus técnicos. O setor caminha para seu terceiro ano
seguido de déficit.
Os empregados que se aposentaram
começam a sentir nos seus vencimentos a defasagem dos ganhos ao longo dos anos,
o que antigamente era, e, ainda é primazia dos aposentados pelo INSS. Tem casos
de perdas de até 20%.
O absurdo é tanto que a Funcef (Fundo
da Caixa Econômica Federal) teve perdas reais de R$ 3.116 bilhões, após o rombo
de R$ 1.371 bilhões em 2012. O país precisa pressionar nosso congresso nacional
para que leis mais rigorosas e controle maior seja feito sobre todos os Fundos
de Pensão no país. Caso contrário haverá a falência total do sistema. Os prejuízos financeiros e morais serão inimagináveis.
Os conselhos de administração destes
grandes fundos estão nas mãos de aliados políticos dos partidos que tem o poder
no país. São meros aproveitadores e muitos nada sabem de economia, de
matemática atuarial e apenas assinam documentos ganhando vencimentos de mais de
R$ 25 mil por mês para participar de uma reunião ao mês. Uma obscenidade sem igual!
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