“Quando o dinheiro fala, a verdade cala"
Provérbio Chinês
Imagine se o fato descrito abaixo acontecesse numa grande empresa, depois imagine ainda qual seria a reação dos donos ou dos sócios com relação a quem cometeu o ato em si. Com certeza ele seria demitido sumariamente. Preste atenção nos valores envolvidos e o que este mesmo recurso possibilitaria a um governante inteligente realizar. Tire suas próprias conclusões:
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) cujo partido está no governo paulista desde 1995, ou seja, 19 anos, suspendeu a obra que iria possibilitar a construção do Complexo Cultural da Luz, na região central da cidade de São Paulo.
Até este ponto nenhuma novidade nem em São Paulo nem em nenhum outro Estado, afinal de contas, obras vivem sendo paralisados, suspensas, abandonadas aos montes. O que diferencia esta obra em SP, é que o Estado com recursos do povo paulista já investiu R$118 milhões.
Deste montante obsceno R$ 53 milhões foram para pagar o projeto dos arquitetos e consultores e R$ 65 milhões para pagar as desapropriações necessárias para que a obra fosse realizada.
O local fica no centro da cidade e seria muito interessante ter um Centro Cultural, pois faria com que o local tivesse enfim uma revitalização tão sonhada pelos moradores e paulistanos em geral. O projeto foi concebido por nada menos que um Escritório renomado da Suíça pertencente ao arquiteto Herzog Et de Meuron. Os consultores escolhidos são ingleses da Theatre Projects Consultants, especializada na construção de teatros pelo mundo.
Nota-se que os tucanos são finos e escolhem empresas estrangeiras para depois jogar no lixo o dinheiro suado do povo paulista. Sem contar que para chegar a este ponto, o governador mandou desapropriar 205 imóveis em três quadras.
Isso ampliou ainda mais a degradação da região com o aumento da área para a chamada Cracolândia, deixando ainda mais complicada a vida do paulistano que anda naquela área ou lá reside. A foto da região deixa transparecer que aquele local onde seria construído o Centro Cultural mas parecesse uma área bombardeada do Afeganistão ou Síria.
Mas o verdadeiro desastre é o custo desta indecisão do governador de São Paulo, sempre tão crítico assim como seus correligionários para com os outros partidos. A alegação do governador beira o ridículo. Geraldo Alckmin mandou paralisar a obra por considera-la cara demais (R$ 600 milhões) semelhante ao custo de uma arena para a Copa sem superfaturamento. Disse ainda, que “a obra tem cara de coisa para rico”.
Ora governador, se o projeto custaria R$ 600 milhões por que o senhor não evitou gastar R$ 118 milhões com desapropriações + consultoria + Projetos internacionais? Por que a consultoria e o projeto de arquitetura não foram feitos numa das nossas Universidades paulistas? Por que desapropriar algo sem analisar o custo benefício, o custo parcial e total da obra?
Se o governador do Estado de São Paulo fosse empregado da sua empresa e torrasse R$ 118 milhões o que você faria? Demitiria? Pois o eleitor de São Paulo terá a chance de fazer esta análise em outubro, quando decidirá se vai tira-lo do governo ou lhe dar mais um cheque enorme em branco para que ele gaste sem critérios.
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