"Aqueles que corrompem a opinião
pública são tão funestos como àqueles
que roubam as finanças públicas”
Adlai Stevenson
O sistema de abastecimento de água da Cantareira é responsável pelo fornecimento de água potável a quase nove milhões de pessoas na cidade de São Paulo e mais de cinco milhões no interior do Estado. Sendo assim, deveria em tese ser mantido com toda eficiência pelo Governo Estadual, só que não é.
Em 2009 o governo do Estado foi alertado sobre os riscos do sistema Cantareira, sobre sua fragilidade e instruído por técnicos da Fundação de Apoio à USP a tomar medidas para evitar o colapso do abastecimento de água na região metropolitana.
Claro que, o governador e seu staff jamais se renderiam a apelos técnicos, dados convincentes e relatórios que não fossem formulados por gente do PSDB. Se tivessem levado a sério o reservatório não estaria hoje com seu menor volume útil desde que foi construído em 1974, bem antes do PSDB tomar posse de SP.
Houve demora do governo em tomar medidas eficazes para impedir a situação atual de iminente desabastecimento. Há dez anos a Sabesp empresa estatal paulista que é responsável pela distribuição de água em São Paulo deveria ter encontrado alternativas para enfrentar esta situação em 2014.
Na outorga de 2004, uma das condicionantes era que a empresa tivesse um plano de diminuição de dependência do Sistema Cantareira, mas não houve planejamento nem interesse da empresa nem do Governo do Estado no assunto. O Consórcio PCJ, que reúne prefeituras, empresas e entidades de mais de 43 cidades, divulgou nota em que acusa a Sabesp de não reduzir a dependência do sistema Cantareira.
O Governador não fez seu papel, pois pensou apenas na questão eleitoreira, postergando ao máximo, além do limite da responsabilidade técnica, a adoção de medida evidentemente impopular: o racionamento de água na Grande São Paulo.
As falhas de abastecimento afetam vários munícipios a oeste da Capital – como Barueri, Cotia, Embu das Artes, Santana do Parnaíba e Itapecerica da Serra. De acordo com a população destes municípios os problemas de abastecimento antecedem este verão de chuvas escassas.
Claro que, o governador, a Sabesp e todos os tucanos do governo culpam a estiagem, culpam São Pedro, culpam El Niño, enfim, todos menos quem está no governo há 19 anos e não fez o que deles se esperam quando estão no poder por tantos anos.
Quantos reservatórios poderiam ser construídos em 19 anos? Quantas medidas técnicas e eficientes poderiam ter sido adotadas em 19 anos? São quase duas décadas de inércia, omissão e cuja única preocupação foi e sempre será com a manutenção do poder no Estado e a reconquista do poder em Brasília no governo federal.
O descaso dos tucanos com os recursos hídricos não se limita a tais localidades. São estendidos aos demais locais de captação de água na cidade de São Paulo, bem como na Grande SP. O atual desperdício de água na região metropolitana é correspondente a 40% do sistema Cantareira.
Estudos encomendados pelo próprio governo avalia que será preciso construir, até 2035, represas equivalentes a dois sistemas idênticos ao da Cantareira com custo estimados hoje em R$ 4 bilhões a R$ 10 bilhões. Se não fizeram nada em 20 anos de governo, como podemos esperar que o façam nos próximos 21 anos?
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