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8 de outubro de 2012

COB - Comitê Olímpico Brasileiro - Poder ilimitado e sem fiscalização!

“Nada há de permanente,
exceto a mudança.”
Heráclito (450 A.C.).

O Brasil é prodígio em pessoas que se eternizam no poder, seja ele de origem política como José Sarney por exemplo que não sai do poder a 48 anos aproximadamente. Quer seja no esporte onde misteriosamente algumas pessoas viram reis e não desgrudam mais de seus tronos.



Ricardo Teixeira (CBF) era um destes casos emblemáticos de apego ao poder que conquistou não por praticar ou pertencer ao esporte, mas sim por ser genro do ex-presidente da CBF na ocasião em que foi guindado ao cargo. Nele ficou e enriqueceu muito por 21 anos seguidos. Tendo se desligado quando percebeu este ano que a água começava a entrar pelo convés.



Carlos Arthur Nuzman ex-jogador de Vôlei e dirigente da Federação daquele esporte no Brasil por muitos anos, resolveu dar saltos mais altos e foi ocupar o cargo de Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro em 1995.



Pois passados 18 anos e lá está o eterno Nuzman concorrendo a mais um mandato no COB de 2013/2016. Para facilitar e não correr riscos, o fez sem ter nenhuma candidatura oponente ao seu cargo, como conseguiu todos imaginam ou já viram em algum lugar.



Claro que, envolvido com a organização dos Jogos Olímpicos da cidade do Rio de Janeiro o senhor Nuzman não poderia de forma alguma deixar de continuar a dar sua valiosa “contribuição” para o possível sucesso das negociações, digo, da realização dos jogos.



O ex-presidente do COB João Havelange, o mesmo que conduziu Ricardo Teixeira ao poder por 21 anos na CBF, esteve na sessão e, como membro-nato da entidade, teve direito a voto.



Apoiador de Nuzman, o dirigente chegou a pensar que tivesse errado seu voto no pleito. Após a divulgação do resultado, com a reeleição do atual presidente, Havelange foi enfático. "O erro é uma necessidade da vida".



A única voz dissonante entre os votantes para chapa composta por Nuzman e o vice André Gustavo Richer no pleito foi da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG). Na quarta-feira, os canais ESPN trouxeram as denúncias do presidente da entidade, Eric Maleson, que afirmou que pessoas do COB invadiram a sede da CBDG.



Aliás a ESPN – Brasil foi à única emissora de televisão do país a contestar e criticar esta manutenção absurda de Nuzman no poder e sua forma truculenta utilizada para manter-se por tanto tempo a frente de tanto dinheiro e prestígio.



Em 2016 ele completará 21 anos no poder irrestrito sem que nenhuma investigação do MP ou da Receita Federal seja realizada em suas contas e nas contas do COB. Um comitê que recebe bilhões a cada quatro anos do poder público oriundos de impostos e das loterias da CEF.



No desempenho no quadro de medalhas nas últimas Olimpíadas sob o comando de Nuzman no COB (de Atlanta-1996 a Londres-2012), o Brasil conquistou 69 medalhas, sendo 14 de ouro, 20 de prata e 35 de bronze, com uma média aproximada de 13 medalhas por Jogos. A melhor colocação brasileira neste período foi um 16º lugar em Sidney-2000.



Nada justifica a permanência de qualquer cidadão por tanto tempo a frente de qualquer entidade principalmente daquelas que possuem orçamentos com verbas públicas, gastos imensos com viagens, hospedagens e tantas outras formas sem que sejam devidamente apuradas com rigor.
http://esportes.estadao.com.br/noticias/jogos-olimpicos,patrimonio-de-carlos-nuzman-cresceu-457-aponta-mpf,70002028553

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