Nas décadas de ’70 e ’80 os cargos de conselheiros nas administrações de Empresas Estatais e Autarquias dos governos federal e estaduais eram normalmente ocupados por pessoas do ramo, ou sejam critérios técnicos norteavam a escolha e a posse dos conselheiros.
A partir da década de ’90 os governantes começaram a encontrar dificuldades em realocar seus aliados em cargos públicos, notoriamente como Secretários de Estado e Ministros. Os salários considerados baixos deixaram de ser atrativos para a assunção aos cargos, fazendo com que os nossos administradores públicos fossem “criativos”.
Pena que a criatividade deles sempre interfiram na moral e na ética do serviço público, são rápidos para arrumar soluções que os beneficiem, sem pensar nas consequências futuras.
Explicando melhor, os governantes passaram a remunerar os conselheiros designados para estatais e autarquias, sendo assim, arrumaram uma forma “legal” de fazer com que seus indicados políticos pudessem receber um salário acoplado ao vencimento como conselheiro.
O salário de um secretario em SP não passa de 12 mil reais, entretanto o vencimento como conselheiro numa estatal chega a R$ 4.500 para comparecer a uma reunião por mês. Assim acontece no âmbito federal, entretanto dependendo da empresa pode-se auferir vencimentos ainda maiores, como no caso da Petrobrás.
Nos últimos anos em SP segundo divulgado pelo Estadão, muitos derrotados em eleições, aliados políticos, quadros do PSDB estão sendo agraciados com vagas em conselhos destas empresa, onde o governo despreza totalmente a questão técnica.
Em SP ao menos 55% dos indicados são ligados ao PSDB, que chegou a indicar um cineasta para ocupar cargo no conselho de empresa responsável pela construção de rodovias paulistas. Ou o caso de uma ex-diretora da orquestra Sinfônica de SP que foi indicada para conselheira de empresa operados do sistema gerador de energia em SP.
Um total desrespeito ao cidadão comum, às empresas, aos acionistas e aos seus empregados que poderiam representar melhor e por menor custo o conselho. Sem contar que em algumas empresas estatais os conselheiros recebem bônus anuais, participação nos lucros e outros benefícios.
Em resumo, político legisla para político, para o povo sobram leis que punem, cobram, multam e infernizam a vida dos cidadãos honestos.
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