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25 de setembro de 2008

Mais uma doação a fundo perdido

"Só o erro é que precisa apoio do governo,
A verdade, essa fica de pé por si própria"
Thomas Jefferson

O primeiro Ministro da Noruega Jens Stoltenberg, assinou ontem um memorando de entendimento com o governo brasileiro para a doação de U$ 1 bilhão, ao Fundo de Proteção e Conservação da Amazônia. O primeiro repasse em 2008, será da ordem de U$ 130 milhões, sendo que o restante da verba será completada até o ano de 2015.
O compromisso brasileiro e outros detalhamentos de como serão feitas as reduções de desmatamento ainda estão sendo negociadas entre as chancelarias do Brasil e da Noruega. O gesto norueguês mostra que aquele país está preocupado com o que pode vir acontecer com a floresta amazônica se algo não for feito imediatamente.
Entretanto, fica muito difícil acreditar que as duas coisas possam acontecer. Primeiro que a verba seja integralmente utilizada para a finalidade ao qual está proposta. Segundo, que o governo brasileiro consiga mesmo utilizando essa verba obter êxito no controle daquela região do país.
É sabido por todos que o governo brasileiro não tem vocação alguma para planejamento, muito menos para fiscalização e monitoramento de suas terras e águas. A Floresta está sangrando há anos e ninguém do governo consegue ao menos uma medida que possa dar esperança ao povo brasileiro de que a floresta sobreviverá à ganância privada e ao descaso público.
São milhares de hectares desmatados mensalmente, toneladas de vegetação queimadas todos os dias sem que ninguém seja preso, sem que haja um esforço concentrado do governo, congresso e judiciário para que medidas enérgicas sejam colocadas em prática contra quem está tirando a vida do planeta.
A floresta está virando pasto sob o nariz entupido do Ibama e demais órgãos fiscalizadores ambientais. Dizer que o dinheiro será repassado a ONG’s é o mesmo que pedir ao pessoal do PCC para cuidar do Banco Central. Existem entidades do terceiro setor preocupados e centradas em ajudar a nossa sociedade. Porém, sabemos que não são todas as organizações não governamentais confiáveis, havendo inúmeros casos de desvios de verbas, apropriação indébita de recursos públicos e fraudes de toda natureza.
As forças armadas estão com seus equipamentos sucateados, defasagens salariais e absoluta falta de apoio para que possam se desenvolver tecnicamente e tecnologicamente como as demais forças armadas da maioria dos países.
É notório que nos arredores da floresta amazônica estão concentrados diversos tipos nefastos como madeireiros irregulares, bandidos travestidos de mineradores, além da posse irregular de milhões de hectares por assassinos que roubam e matam para poder passar para seus nomes a posse das terras que ocupam de forma irregular.
Seria preciso um governo com muita coragem (coisa que não temos) para implementar em conjunto com o Legislativo e o Judiciário medidas de aplicação imediata, inclusive de exceção se necessário, para a limpeza da região. Devolvendo assim a Floresta a floresta, banindo os usurpadores e colocando na cadeia os criminosos de toda espécie que lá se encontram.
O dinheiro norueguês é um excelente sinal passado pelo primeiro mundo, mas será recebido no terceiro mundo e consumido sem que seja alcançada a nobre finalidade idealizada para sua utilização.
Salvar a Floresta Amazônica é colocar para fora dela, inclusive os estrangeiros que lá estão de forma irregular sugando nossas ervas e levando-as para seus países para a produção de medicamentos que depois serão comprados pelo Brasil. Ser otimista é muito bom, mas vivendo no Brasil e convivendo com nossa classe política não podemos nos dar ao luxo de acreditar que algum dinheiro será poupada do roubo ou da ganância de nossa gente de colarinho branco.

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