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19 de setembro de 2008

Alguns aspectos dessa eleição

Ao longo dos últimos anos quando assisto aos programas obrigatórios eleitorais, me pergunto em silêncio: Qual o motivo que levam tantos candidatos despreparados a enfrentarem aquela situação perante a sua comunidade? O que pode mover essa gente? Dinheiro? Ascensão social? Prenúncio de dias melhores para eles e seus familiares?
Chego a uma conclusão que não tem valor matemático e muito menos estatístico de que esses candidatos se dividem em três subgrupos, a saber:

1. Aqueles que lá estão e querem desesperadamente se reeleger para poderem continuar a “ajudar” a cidade em que vivem e atuam como parlamentares. A nossa Constituição deveria proibir mais do que dois mandatos para quaisquer cargos. Pelo que fazem e pelo que deixam de fazer principalmente oito anos é tempo de mais;

2. Aqueles que representam à maioria maciça dos candidatos, ou seja, inexperientes, despreparados, com o claro objetivo de poderem descolar uma “boquinha” para ajudar a si e a seus familiares. Não sabem concatenar duas frases seguidas, são péssimos na língua pátria, não entendem de leis e mal sabem o nome da cidade onde vivem;

3. Um grupo que reflete a minoria absoluta dos candidatos aos cargos de vereadores nessas eleições. São preparados, possuem nível excelente de cultura e conhecimentos gerais. Tem formação escolar adequada, sabem o que querem e seus objetivos vêm de encontro às necessidades da comunidade.

Claro que ao final das eleições quase sempre a composição final será desfavorável aos integrantes desse último grupo. Lógico que resguardadas algumas condições normalmente aconteceria o seguinte: Grupo 1 – 70% - Grupo 2 – 20% - Grupo 3 – 10%.
Teríamos então uma formação conservadora onde a turminha da casa poderia manter suas panelinhas, seus grupos e comissões sem objeções para manutenção do status quo. Os despreparados logicamente não estariam lá para questionar, discutir ou mudar seja lá o que for, mas sim para se ajeitarem durante aqueles próximos quatro anos.
Os 10% restantes que numa situação hipotética de uma Câmara com 21 vagas corresponderiam a dois candidatos por certo iriam ficar isolados e mesmo sendo preparados, inteligentes e honestos não teriam muito como brigar contra a realidade existente.
Essa situação ocorre em maior ou menor proporção nas Assembléias Legislativas e no Câmara Federal, onde já ouvi Deputados dizerem que os novatos sucumbem sempre por falta total de conhecimento do funcionamento da casa e também das regras impostas pelos grupos antigos que são majoritários.
Nessas horas, os novatos são excluídos das comissões que dão visibilidade, das lideranças dos partidos e governo, ficando quase sempre apenas para votarem naquilo que os mais antigos decidiram em salas fechadas com ar condicionado e um bom whisky.
Portanto concluo que, votar é fácil, eleger não é difícil agora acertar é tarefa hercúlea se levarmos em conta que não há renovação obrigatória, o que impediria de certa forma essa vergonha que hoje presenciamos em nosso país.

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