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5 de setembro de 2008

Afinal, quem manda nos morros do RJ?

“Conscientizar-se da própria ignorância
é um grande passo para aprender"
Disraeli
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Nas mais de trezentas favelas cariocas, carinhosamente chamadas de “Comunidades” pelo pessoal do samba no Rio de Janeiro, ninguém sabe ao certo quem manda nas suas ruelas sem infra-estrutura urbana. Os moradores sabem que pagam impostos a fundo perdido aos governos federal, estadual e municipal. Conhecem os traficantes que lhes cobram submissão e silêncio. E temem os “milicianos” que matam em nome deles próprios.
Recentemente os chamados milicianos invadiram uma comunidade e sem dizerem uma só palavra fuzilaram dez pessoas inocentes que voltavam de seus trabalhos e não souberam por que morreram. Seus corpos foram enterrados em covas simples e agora fazem parte das estatísticas cruéis da criminalidade carioca.
Os traficantes matam inocentes dentro da comunidade em que dominam coma força do tráfico e das armas que contrabandeiam com auxilio luxuoso da omissão governamental. Vez por outra invadem favelas vizinhas e assassinam o que chamam de rivais. Assim é o cotidiano de um povo sofrido e que ao invés de segurança pública tem a expectativa de ver sua cidade sediar uma Olimpíada.
Só pode ser piada de mau gosto, não se pode imaginar outra coisa senão a ganância desmedida de meia dúzia de aproveitadores que em nome da corrupção querem se locupletar com o dinheiro público. O Brasil já está no pódio há mais de quarenta anos e não é por nenhuma modalidade esportiva, mas sim, pela sua participação ativa no bloco dos países mais corruptos do planeta.
Não existe lugar assim no mundo civilizado, onde a justiça é para poucos e não consegue rigor algum contra os poderosos dos colarinhos brancos. Onde a força policial está debilitada graças à falta de investimentos e estrutura mínima para o combate a criminalidade.
A sociedade precisa gritar e fazer o seu Estado ouvir suas súplicas, evitando a continuidade de tantos gastos absurdos com projetos megalomaníacos e pretensiosos para sediar jogos olímpicos. O povo precisa de segurança, empregos, saúde pública, educação e habitação. Favela não é condomínio de luxo, chega de tanta desfaçatez.

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