Podeis enganar toda a gente
durante certo tempo;
podeis mesmo enganar algumas
pessoas todo o tempo;
mas não vos será possível
enganar sempre toda a gente.
Em 2017, os postos do órgão começaram
a chamar os beneficiários que possuem os benefícios para passarem por uma
Perícia ou Revisão do Benefício.
A princípio seria apenas um direito do
INSS, no que tange a revisar e verificar se os dispêndios do governo federal
estavam sendo realizados de acordo com a lei e as regras existentes.
Porém, na maioria dos casos, o que
está acontecendo é que os peritos ao receberam os beneficiários, mal olham na
face deles, fazem uma ou duas perguntas e encerram a conversa cancelando drasticamente
o benefício. O cidadão não tem direito a reclamar, questionar ou exigir
nada.
Em alguns casos, os peritos não
analisam os laudos médicos nem os prontuários ou quaisquer documentos que sejam
fundamentais para que pudessem tomar a decisão final de manutenção ou corte do
benefício em questão.
Não há no país a quem recorrer,
exceto, entrar com um processo na Justiça Federal, esperar uma nova perícia
solicitada pelo juiz e depois rezar durante o período de seis meses a um ano e
meio, para que a decisão seja favorável e possa fazer com que o INSS reconsidere
o benefício e pague inclusive os atrasados durante o período que a pessoa ficou
sem este seu direito adquirido.
Minha funcionária, que trabalhou
durante dezessete anos conosco, sofreu um AVC em abril de 2016, ficou três
meses na UTI, conseguiu sobreviver e sair viva do hospital. Recebia seu
benefício de auxilio doença, quando em dezembro/2017, o mesmo foi cortado sem
que o perito do posto de Agudos – SP, tivesse analisado os laudos do
neurocirurgião do SUS e todos os documentos de seu extenso prontuário médico.
Ele recebia um salário mínimo de
auxílio doença, agora mal consegue pagar o aluguel, a energia e a água da
residência, que divide com a única filha, que trabalha numa lanchonete e tenta
manter a casa. Mal podem se alimentar corretamente, estão passando necessidades
básicas enquanto os peritos felizes atingem suas metas propostas pela direção
do órgão.
Em outro, um aposentado por invalidez
em Bauru, teve sua aposentadoria cancelada depois de oito anos recebendo
normalmente o benefício. Mesmo com trombose, as pernas inchadas e manchadas de
sangue pisado, não teve chance de ver seu sustento mantido. A perita ainda
disse a ele: “Isso não é nada, tem gente que perde uma perna e nós conseguimos
uma prótese para que ele possa continuar trabalhando”.
Enquanto isso, o país segue sua rotina
de corrupção, desvios de verbas e desperdício por culpa dos mesmos políticos
que mandam no INSS, no Banco Central e nos demais órgãos que deveriam servir ao
povo e não o contrário. Os grandes devedores que não precisam passar por
pericia continuam sonegando e devendo mais de três bilhões ao INSS com toda
tranquilidade do mundo.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário