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1 de outubro de 2017

Entenda o que Lúcio Funaro diz sobre o "Quadrilhão do PMDB!


Preso desde julho de 2016, o corretor de valores Lúcio Funaro, tido como operador do PMDB fechou um acordo de delação premiada com a Justiça, homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro.
A seguir, entenda quem é Funaro e o que ele diz sobre a cúpula do PMDB, grupo que a Polícia Federal batizou de "quadrilhão do PMDB". Os implicados vêm negando as denúncias. "Basta concordar com qualquer coisa [que a PGR] encomendar para obter infinitos benefícios", disse Cunha sobre a delação de Funaro.
Quem é Funaro? Um corretor de valores, que começou a ganhar destaque durante a investigação do mensalão, quando uma empresa sua foi apontada como intermediária de repasses ao partido liberal – PL, atual Partido Republicano – PR.
Na época chegou a ser convocado para depor numa CPI. Foi preso em 2016 na Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato que teve como ponto de partida a delação de um ex-dirigente da Caixa Econômica Federal.
Na Lava Jato passou a ser citado quando o Grupo Schahin o acusou de perseguição na Câmara, com a ajuda de Eduardo Cunha por meio de requerimentos. Neste ano, na delação da JBS, o empresário Joesley Batista afirmou que Funaro cobrava propinas em diversas áreas do governo federal junto com Cunha.
MICHEL TEMER
- Teria comprado imóveis com propina e recebido dinheiro ilícito "redistribuído" por Eduardo Cunha;
- Teria conhecimento e se beneficiado de propina dos contratos da usina Angra 3;
- Teria dividido propina da Odebrecht com o ex-ministro Geddel Vieira Lima;
- Teria recebido propina da JBS para fazer mudanças no Ministério da Agricultura a favor da empresa;
- Teria dito que entregou R$ 500 mil para o marqueteiro Duda Mendonça para financiar campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo em 2014. Entrega teria sido feita em um escritório na Avenida 9 de Julho a pedido de Cunha para "atender o presidente Temer".
EDUARDO CUNHA
- Teria cobrado propina em contratos de sondas da Sete Brasil;
- Teria dividido propina com Anthony Garotinho quando o primeiro governava o Rio, e o segundo chefiava a Cedae;
- Teria recebido propina no exterior em conta secreta denominada "Glorieta".
MOREIRA FRANCO
- Quando vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa teria atuado para a liberação de um crédito de R$ 300 milhões para uma empresa do grupo Bertin, do grupo em troca do pagamento de "comissão" de R$ 12 milhões para a cúpula do PMDB. Ele teria ficado com 60% dos recursos, Funaro com 15%, e Cunha com 25%.
ELISEU PADILHA
- Seria um dos responsáveis por monitorar a intenção de Funaro em fazer delação premiada
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
- Grupo de Temer, Cunha e Henrique Alves teria recebido cerca de R$ 250 milhões decorrentes de créditos da Caixa repassados pelas vice-presidências de Pessoa Jurídica e de Fundos de Governo e Loterias;
- Indicação de Fábio Cleto para uma das vice-presidências da Caixa para desviar recursos do FI-FGTS para políticos do PMDB;
- Liberação de recursos da Caixa mediante propina que teria abastecido campanhas como a de Gabriel Chalita para a Prefeitura de SP em 2012.

FURNAS
- Temer, Cunha e Henrique Alves teriam recebido propina da Odebrecht e da Andrade Gutierrez em uma obra de Furnas no rio Madeira, em Porto Velho.
FUNDOS DE PENSÃO
- Suposto acerto de R$ 9 milhões para evitar a convocação do ex-presidente da Petros na CPI dos fundos de pensão;
- Funaro diz que operou desvios do Postalis, fundo de pensão dos Correios.

Letícia Casado
De Brasília

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