“Estude as
frases que parecem
certas e
coloque-as em dúvida"
David Riesman
A cada ano par no Brasil temos novas eleições,
no primeiro são eleições locais, municipais, onde elegemos o Prefeito e os
Vereadores de cada um dos mais de cinco mil municípios brasileiros. Dois anos
depois chega a vez de votarmos para Presidente, Governador, Senador, Deputados
Estaduais e Federais. Acontece que nestas eleições temos a Copa do Mundo que
também é de quatro em quatro anos e o carnaval que é anual.
O que muda? Muda tudo, pois o país
praticamente fica parado no Poder Legislativo de janeiro a dezembro. Janeiro e
Julho por férias dos congressistas. Março à Maio tiram para fazer coligações,
acertar as suas bases e seus futuros trampolins eleitorais. Junho e Julho
parada da Copa do Mundo + Férias. Agosto à Novembro é destinado às eleições
propriamente ditas. Dezembro é fim de ano e eles não vão trabalhar justamente
nesta época de festas.
Embora em menor quantidade o Poder
Executivo sempre refém do Legislativo e seus parlamentares acabam entrando na
onda e executando muito menos do que nos anos em que não há esta coincidência
de eventos. O Poder Judiciário, bem, este tem muito o que fazer, milhares de
processos empilhados empoeirando nas prateleiras e não depende de Copa nem de
eleições para não cumprir suas metas.
O trabalhador com carteira assinada tem
trinta dias de férias e olhe lá quando pode desfrutar. Aproveita alguns
feriados e no mais rala o ano inteiro para poder receber as quirelas de seus
salários baixos sem maiores benefícios.
Os trabalhadores da chamada
“Informalidade”, que não estão registrados e vivem à margem da sociedade no que
tange aos benefícios do INSS (Salário Desemprego, Salário Família, Licença
Maternidade, Auxílio Doença, Aposentadoria, etc.) ralam em dobro e não sabem o
que é férias, licença, etc.
A indústria embora sucateada e sem
investimentos, assim como a Agricultura e o Setor de Serviços sustentam o PIB,
carregam o país nas costas e não param para Copa, Feriados, nem nada supérfluo
que possa diminuir sua produção.
Como se pode ver, quem não trabalha no
Brasil não são os operários, comerciários e demais categorias profissionais,
mas sim os políticos, que além de não trabalhar ainda praticam atos ilícitos,
desviam verbas, atrasam medidas a favor do povo, obstruem as pautas das casas
onde trabalham (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e o Congresso
Nacional). Além de consumirem anualmente com salários, benefícios indevidos e
muita mordomia mais de R$ 100 bilhões de reais dos cofres públicos.
Temos no Brasil a pior e mais nefasta
classe política do mundo. Nossa nação recomeçou seu processo de
redemocratização em 1985, ou seja, tem vinte e nove anos de vida. Tempo curto
se comparado a democracias europeias e dos EUA. Porém, mais do que suficiente
para que houvesse uma depuração completa evitando que pessoas desqualificadas
para exercer mandatos no Legislativo e no Executivo fossem seguidamente eleitas.
Caso contrário a cada quatro anos,
vamos ter muito samba, futebol, corrupção e vagabundagem no país do
futuro.
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