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29 de janeiro de 2014

Pior e mais mal explicada transação de um jogador!

O erro acontece de vários modos,
enquanto ser correto é possível
apenas de um modo. Aristóteles


Os espanhóis conheceram através da compra do jogador Neymar pelo Barcelona da Catalunha a faceta mais cruel de negociar com alguns brasileiros. Uma transação de venda de jogador de futebol normalmente envolve dois clubes, sendo um comprador e o outro vendedor, além dos representantes do jogador e dos advogados de ambos os times de futebol.

No caso do jogador Neymar, o pai do jogador, é também seu empresário, administrador de sua carreira e de empresa que cuida do dinheiro do jovem rico. Nada errado até então neste processo. O time do Santos renovou o contrato do jogador até Junho/2014, seis meses antes o jogador poderia assinar com qualquer outro clube e ir embora de graça conforme as regras da FIFA.

Porém, antes deste prazo se esgotar o jogador foi vendido ao Barcelona pela soma então divulgada de 57 milhões de euros. Acontece que o clube praiano ficou com apenas 17 milhões de euros cabendo outros 40 milhões de euros ao jogador. Nada estaria estranho se o atleta e seu pai não tivessem embolsado esta quantia obscena muito tempo antes da venda do jogador. Diz o artigo 18.3 do regulamento de transferências da FIFA: 
http://www.fifa.com/mm/document/affederation/administration/01/95/83/85/regulationsstatusandtransfer_e.pdf
O texto diz o seguinte: “Um clube que pretende firmar um contrato comum profissional deve informar o clube atual do atleta por escrito antes de começar qualquer negociação com ele (atleta). Um profissional só está livre para acertar um contrato com outro clube se o contrato dele em vigor estiver se encerrando ou se encerrará nos próximos seis meses”.

Sendo assim, o negócio entre Barcelona e o pai do jogador é estranho e parece prejudicar os cofres do time santista, desde que este não tivesse conhecimento prévio de que receberia a menor parte no bolo. Caso tenha sido enganado, o Santos poderá acionar a FIFA contra o clube catalão e exigir seus direitos.

Na Espanha, o presidente do clube catalão pediu demissão, algo estranho, pois não quis enfrentar a imprensa e a possível investigação oficial sobre os detalhes da negociação com Neymar. Aqui no Brasil várias perguntas ficam no ar para o torcedor do Santos, para o cidadão que não torce por futebol, mas recolhe imposto de renda em seu aviso de pagamento mensalmente:
1. O pai do jogador recolheu todos os impostos referentes à soma milionária que recebeu do Barcelona?
2. O Santos sabia ou não da negociação entre o pai de Neymar e o Barcelona?
3. Que Investidor ou Grupo de Investimento é louco para ser parceiro do Santos em futuras transações com outros jogadores sabendo que o clube pode deixar o negócio nas mãos de terceiros?
4. Será que no Brasil ninguém ou nenhuma autoridade teve interesse em investigar o fluxo de milhões de euros que deveria ter entrado no país?
5. Na negociação com o Barcelona Neymar Silva, pai do jogador diz que R$ 8,8 milhões de reais seriam destinados a Fundação Neymar Jr para atender projetos sociais. Alguém poderia provar isso? Que projetos?
6. O Santos com toda sua história permitiu que o pai de Neymar recebesse milhões para supostamente indicar futuramente atletas revelados no Santos para o mesmo Barcelona? O Conselho de Administração do clube compactua com isso?

São varias perguntas e outras tantas que com certeza vão cair no esquecimento dos torcedores, da receita federal, dos investidores no futebol, enfim de todos. No Brasil é assim mesmo, todos querem levar vantagem, se aproveitar das facilidades e ganhar dinheiro custe o que custar. Danem-se as leis, dane-se a ética, dane-se tudo.

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