A democracia... É uma constituição agradável,
anárquica e variada, distribuidora de igualdade
indiferentemente a iguais e a desiguais.
Platão
As manifestações em algumas capitais exigindo redução nos preços dos transportes públicos e qualidade começaram a ser desvirtuadas na mídia num primeiro momento, tendo em vista que, alguns vândalos que pegaram carona no movimento quebraram, picharam ou destruíram coisas do patrimônio público. Até então prefeitos e governadores estavam falando a mesma língua num samba de uma nota só.
Omitiram-se de discutir com a sociedade o porquê dos preços tão altos das passagens de trens. Metrô e ônibus e passaram a enfatizar apenas e tão somente os problemas de vandalismos ocorridos durante as mesmas. Não dizem que temos raros quilômetros de linhas de Metrô e Trens para atender demanda cada dia maior. Que o que temos não dispõe de conforto, segurança e pontualidade, algo que irrita milhões de brasileiros.
Os donos das empresas de transporte urbano são homens ricos, que vencem licitações sem que apresentem a mínima qualidade e conforto no serviço prestado. Não obstante sejam financiadores de campanhas dos políticos licitantes.
Por coincidência em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Manaus e outras cidades o preço está abusivo e sem que nenhuma autoridade (Prefeito ou Governador) venha a público justificar as planilhas de custos que levaram ao aumento.
A mídia vinha dando destaque para os atos de vandalismo, levando parcela considerável da opinião pública a ficar ao lado dos governantes. Em São Paulo prefeito e governador estavam em Paris, notem a preocupação com a situação.
Porém nos 12/06 e 13/06 as coisas começaram a mudar. A mídia começou a filmar e a receber imagens de cidadãos provando que alguns policiais estão usando “querosene” para apagar pequenos incêndios. Os protocolos da polícia foram desobedecidos propositadamente ou não, mas não foram seguidos com certeza.
No link abaixo o policial militar quebra o vidro da viatura (Patrimônio Público) para tentar incriminar os membros da passeata. A versão do governador Alckmin é de que ele apenas estava limpando os estilhaços do vidro, claro que não é o que a imagem nos mostra.
Em outra situação um casal no sétimo andar do apartamento de seus amigos, filmam as cenas que estão acontecendo na praça em frente o local quando são atingidos por uma bomba lançada propositadamente pela policia. Veja no link: http://mais.uol.com.br/view/zwuxgmhe6kop/manifestacao-sp--alvejados-pela-policia-dentro-de-casa-04024D1C3170C8A94326?types=A
São vários vídeos como este que englobam algumas situações gravadas por cidadãos comuns em vários trechos de SP:
http://www.administradores.com.br/noticias/cotidiano/manifestantes-gravam-videos-e-mostram-excesso-de-violencia-pelos-policiais/76954/ Ou como nesta foto onde o câmera é atingido por gás de pimenta por um policial: http://www.melhorquebacon.com/24-momentos-protesto-sao-paulo/
A lista de jornalistas e demais pessoas da imprensa agredidos ou presos é demonstração clara de que o comando da polícia paulista a mando ou não de Geraldo Alckmin estava com saudade da ditadura militar. A lista é a seguinte:
DETIDOS
Piero Locatelli – Repórter Carta Capital - Fernando Borges – Repórter do portal Terra - Pedro Ribeiro Nogueira – Repórter Portal Aprendiz
AGREDIDOS
Vagner Magalhães – Repórter Portal Terra - Fernando Mellis – repórter Portal R7 - Gisele Brito – Repórter Rede Brasil Atual - Leandro Morais – Fotografo do UOL -Sérgio Silva – Repórter fotográfico agência Futura Press - Fabio Braga – Repórter fotográfico Folha SP - Marlene Bergamo- Fotografo Folha SP - Félix Lima – Repórter Folha SP - Ana Krepp – Repórter Folha SP - Leandro Machado – Repórter Folha SP - Giuliana Vallone – Repórter TV Folha - Rodrigo Machado – Repórter TV Folha - Henrique Beirange – Repórter jornal Metro - André Américo – Repórter fotográfico jornal Metro.
Não posso concordar com qualquer ato de violência, seja ele oriundo do movimento reivindicatório ou não, todos devem ser responsabilizados por seus atos. Entretanto, cabe ao governador e ao prefeito de SP, dialogarem, abrirem espaço para que a democracia seja exercida em sua plenitude.
Quanto aos policiais flagrados nos vídeos e fotos devem ser punidos exemplarmente, pois além de não estarem em conformidade com o grupamento que representam, são responsáveis diretos e indiretos pelo agravamento da situação.
Por último Alckmin diz que o movimento tem um viés político, como se isso justificasse alguma coisa. A gestão do Estado é do PSDB há 18 anos. A gestão da Prefeitura é do PT desde janeiro deste ano. Portanto, conclui-se que o viés político seja a população estar cansada dos dois partidos e de suas mazelas. De não dar a sociedade transporte de qualidade, habitação, saúde pública e segurança feita por policiais bem remunerados, treinados e capacitados para enfrentar todo e qualquer tipo de situação, inclusive manifestações contrárias aos seus governos.
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