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5 de outubro de 2010

PV - Neutralidade ou a vala comum?

Os quase vinte milhões de votos depositados nas urnas para a candidata Marina Silva do Partido Verde, fizeram com que a mídia, candidatos do PT e do PSDB começassem a desenhar estratégias para a abordagem sobre o partido verde e sua estrela solitária horas após a apuração da última urna.

Isso é claro, acaba sendo repassado para a sociedade, às discussões já estão na internet e nos bares e ruas das cidades. Quem será que Marina Silva vai apoiar? Com quem o partido Verde deve fechar acordo?

Penso que o Partido Verde e Marina Silva deveriam pensar com muito zelo antes de definirem seu posicionamento para o segundo turno das eleições presidenciais. Lógico que não deveriam demorar em anunciar a decisão do partido, evitando especulações desnecessárias.

Em primeiro lugar por que os dois partidos que vão disputar o segundo turno dificilmente irá chamá-los para discutir ética, planos de governo, vicissitudes e semelhanças entre seus projetos de governo. Na prática, diz a lenda no Brasil que esses momentos são para oferenda de cargos e outras coisas mais.

Do alto de seus quase vinte milhões de votos, a análise do PV e de sua candidata deveria passar pela vertente que mostra que a maioria de seus eleitores não suportava a idéia de votar em Serra ou Dilma, portanto deram a ela o voto consciente, um voto a sua pessoa e ao comportamento de seu partido nas últimas eleições.

Votaram nela ao invés de anularem seus votos, ou melhor, votaram nela por acreditar na sua proposta ambiental e na ética do Partido Verde, um voto então carregado de consciência e esperança.

Sendo assim, a decisão a ser tomada se reveste de enorme responsabilidade para os "Verdes", pois estará em jogo muito mais do que transferir ou não votos para Dilma ou Serra. Estará em jogo a alma do partido verde, a lisura de suas propostas e a postura que será ou não levada aos próximos pleitos.

Enquanto estava em campanha o partido verde sofreu na pele a falta de espaço, não obteve coligações, não recebeu grandes doações enquanto seus adversários nadavam em dinheiro. Portanto, como dizia Tancredo Neves - "Por que falarmos mais do que ouvirmos se temos uma boca e dois ouvidos"?

Os holofotes estão ligados na direção de Marina do PV, é preciso que ela tenha muito discernimento antes de decidir pela neutralidade, algo que seus eleitores apreciariam muito com certeza. Ou optar por um dos partidos e cair definitivamente na vala comum onde todos os partidos estão, diga-se de passagem.

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