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11 de agosto de 2010

As agruras de um Professor em SP

Existem dois sistemas educacionais vigentes no Estado de São Paulo, o oficial que contém a rede pública e a rede particular e o sistema que aparece apenas nas propagandas oficiais do governo em inserções repetitivas durante determinados períodos em que são liberados para o partido do governo paulista.

No sistema que aparece nas propagandas às salas de aulas tem dois professores, computadores novos e em pleno funcionamento, salas limpas com carteiras novas e alunos felizes assistindo suas aulas. Nota-se nestas propagandas que os pais entrevistados estão contentes, pois seus filhos recebem material escolar antes do início das aulas e sempre com enorme qualidade.

As escolas nas propagandas têm funcionários felizes e com professores muito bem treinados e remunerados a altura de seus merecimentos profissionais. Escolas limpas, sem problemas de infra-estrutura, com os prédios bonitos sem pichação.

Já na vida real, aquela longe dos políticos e pelas quais eles nunca se interessam a situação é caótica, professores mal remunerados, salas sujas com carteiras remendadas, prédios carecendo de todo tipo de serviços. 

Nenhuma sala de aula tem mais de um professor, que resistem à conduta dos alunos geralmente desinteressados e do Estado que nunca faz nada nem pelos professores muito menos pela Educação.

Para se ter uma ideia concreta da situação, foi publicado nesta data por jornais de grande circulação que os professores da rede publica estadual correm o risco de não receber o bônus por produtividade. Neste caso o Governo Alckmin oferece um reajuste de 2,5% num país que teve quase 12% de inflação oficial. 

Enquanto isso Alckmin sonha ser presidente em 2018, assim como Aécio e Serra. Alckmin torra milhões em publicidade de seu governo contando maravilhas do nosso Estado, mentindo de forma descarada e deslavada sem que ninguém ou nenhuma entidade desminta as suas falácias.

Segundo a Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo docente que cumpra a carga horária de 30 horas semanais recebe R$ 2.300,00 aproximadamente e seu vale alimentação é no máximo de R$ 100,00. Uma vergonha se comparado aos salários que os assessores dos nossos governantes recebem. Até o supervisor da limpeza no congresso nacional recebe da empreiteira muito mais do que esse valor.

O que o governo faz com seus funcionários públicos é uma vergonha sem precedentes, estão todos sujeitos a Norma 22: “Pão e água, de preferência em bebedouro distante”. Aos amigos, empreiteiros, banqueiros, usineiros e setor automobilístico tudo, dinheiro, investimento, garantia de retorno, aval para empréstimos internacionais, enfim, uma moleza.

Ser professor da rede pública é ato de coragem, bravura e deveria merecer ao menos uma aposentadoria digna pelo seu sacrifício de uma vida inteira para ensinar nossa juventude. Mas ao contrário, após se aposentar os docentes enfrentam o lado mais perverso da sua vida. Miséria, dificuldades, saúde precária sem assistência médica decente. Enquanto isso, alguns marajás mesmo cometendo crimes e lesando o erário saem aposentados com R$ 25 mil ao mês no judiciário.

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