Tem
políticos que aspiram
tornar-se
Mickey Mouse...
Ser
tão encantador que as pessoas
esqueçam
que eles são ratos.
Autor desconhecido
Por
mais que sejamos otimistas e estejamos mau acostumados com o jeito do
Brasil caminhar para frente, aos tropeços, muitas vezes por osmose, e quase
nunca por desenvolvimento agregado e solido conquistado por uma política séria
e consistente os últimos anos tem sido muito difíceis para nosso país.
Até 1964
vivíamos uma democracia que começava a descobrir seu caminho quando um golpe
militar ceifou por vinte e um anos o amadurecimento daquela democracia que
estava instalada no Brasil, desde a década de trinta.
Em 1985, o
regime militar cedeu espaço e negociou sua saída com duas exigências sabidas:
Primeiro que a eleição para escolha do novo mandatário fosse indireta, assim o
foi entre Tancredo Neves (MDB) contra Paulo Maluf (PDS). A outra exigência era
a anistia aos envolvidos no período sangrento da ditadura que estava
terminando.
Ambos foram
atendidos e meses depois Tancredo vencia, adoecia e morria sem tomar posse da
então chamada Nova República. Por algumas semanas, o país parecia órfão, nas
ruas notava-se a tristeza no semblante dos transeuntes e a nítida impressão que
a grande chance de uma guinada havia sido abortada pelo destino.
Assume José
Sarney, que dispensa comentários quanto a sua péssima imagem de político e
gestor público. Fazendo jus a fama, nada fez e se perdeu em meio a politicagens
e planos que até hoje causam tomento a economia brasileira nos tribunais.
A troca
efetiva de poder começou com sua saída em 15/03/1991, tomava posse Fernando
Collor de Mello, um mandato curto, interrompido pelo impeachment imposto pelo
Congresso Nacional em 29/12/1992, ficou menos de um ano no poder e igualmente a
Sarney, impôs um Plano econômico que trouxe prejuízos e gerou muita insatisfação
no seio da população brasileira ao bloquear contas correntes e até a poupança.
Perto do que
estamos vendo nos últimos vinte anos seu impeachment seria transformado em
ligeira admoestação e considerado pena leve pelo Congresso Nacional.
Sua saída
trouxe o vice ao poder pela segunda vez consecutiva, assumiu Itamar Franco, que
implantou o Plano Real e possibilitou a ascensão de FHC ao poder nas eleições
seguintes em 1994.
FHC cometeu
erros, acertos, deixou a economia nos trilhos, porém com seu ego maior que o
Cristo Redentor equivocou-se na política de privatizações, lutou para comprar o
direito à reeleição, algo que até então não havia. Assim, conseguiu através de
sua agenda oculta, impor ao país a malfadada e perigosa reeleição para as três
instâncias do poder executivo.
O PSDB com FHC
ficou oito anos no poder e não impôs uma agenda de grandes reformas e deixou de
lado justamente o que dele mais se esperava, a educação. Teve tempo, apoio no
Congresso e mesmo assim não enviou um Projeto de Reforma do Sistema Educacional
do país.
Os anos que se
seguiram a sua saída nós ainda estamos vivendo, com o PT no poder. Quando se
pensava que os trabalhadores teriam voz e acesso aconteceu o contrário: o
distanciamento do trabalhador com relação ao poder do país. Os sindicalistas,
amigos de Lula, tomaram boa parte dos cargos no segundo e terceiro escalão e o
transformaram numa máquina de triturar as empresas.
Os benefícios
sociais implantados no governo FHC foram estendidos à exaustão e usados como
programas eleitoreiros, embora tenham ajudado num certo momento o poder de
compra dos mais prejudicados na sociedade brasileira. Porém, sem uma economia
sustentável e um processo de distribuição de oportunidade com empregos e
redução de impostos o que era bom tornou-se algo facilmente criticado.
Não houve combate
à corrupção de forma sistemática e firme nos últimos 25 anos no país. Nunca se
roubou, desviou e enviou tantos recursos para paraísos fiscais e para contas no
exterior como neste período da recente história democrática do país. A atuação
da Polícia Federal no governo Lula e Dilma contrasta na inversa proporção com
medidas que pudessem evitar tantas bandalheiras nas Estatais e em segmentos
diretos e indiretos do poder central.
Assistir
telejornal é saber que a cada semana novos escândalos estarão na pauta e ficarão
torturando os brasileiros que já sabem que raramente alguém será preso e ainda
mais raramente os recursos roubados serão devolvidos ao erário.
Não há no país
um oásis onde possamos desfrutar de uma vida sem fraudes, sem desvios de
verbas, sem roubos. Onde há dinheiro público têm corruptos e corruptores
rondando a espera do golpe. Somos uma Nação para lá de cinzenta, estamos na
lama e não vejo saída, nem solução a médio e longo prazo que me possa dar um
pouco de esperança quanto à vida dos meus filhos e netos nessa república do
jeitinho para tudo.
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