Perdoamos uma criança que tem medo de
escuro facilmente. A verdadeira tragédia
da vida é quando homens têm medo da luz.
Platão
Cerca de 15 anos atrás aproximadamente, o setor elétrico nacional começou a ser privatizado. Primeiro foram às empresas de distribuição de energia. Depois vieram as geradoras e por fim a Transmissão de energia. Em SP em particular isso foi quase cem por cento, ficando de fora apenas a Cesp na sua Geração, não por falta de vontade do Estado, mas por vários motivos que não vem ao caso nesta análise.
Nos demais Estados muitas empresas foram privatizadas, algumas ficaram livres por teimosia ou inteligência de seus governantes. Hoje a Cemig, por exemplo, é uma das maiores empresas do setor elétrico nacional, graças à resistência à privatização de Itamar Franco, seu defensor.
Antes de efetuarem as privatizações em massa no setor elétrico, tucanos espalharam algumas sandices que pareciam aos olhos dos leigos uma verdade definitiva. Diziam:
è O cidadão comum poderá optar por qual empresa de energia quer obter a sua eletricidade nas residências ou comércio e indústrias. Mentira, nada disso jamais ocorreu até esta data.
è O dinheiro arrecadado com a venda destas empresas será investido em Educação, Saúde e Segurança, etc. Mentira, o dinheiro sumiu no ralo dos governos estaduais e a situação hoje é pior do que naquele momento.
è As empresas estrangeiras e os grupos nacionais que irão comprar as Estatais de Energia vão investir (Consta em Editais) ao menos 15% em cinco anos. Mentira, elas não investiram nada, repassaram lucros às suas matrizes no exterior, engordaram os cofres dos grupos nacionais e jamais foram cobradas pelo que estava nos editais de privatização.
Em todo país fios correm a solta em postes antigos sem que as empresas tenham investido em tecnologia de novos cabos e instalações subterrâneas como nos EUA e Europa. As empresas não investem em manutenção e por este motivo ocorrem apagões constantes desde aquela época das privatizações até hoje em dia.
Diante de todo este cenário somos obrigados a ouvir e ler empresários do setor e governistas do PSDB em SP dizer que a medida da Presidenta Dilma de reduzir as tarifas de energia em cerca de 16% afetará o volume de investimentos do setor e comprometerá a manutenção do sistema.
MENTIRA, pois durante estes anos todos de 1998 até hoje, as tarifas foram reajustadas bem acima da inflação e as empresas do setor não efetuaram o mínimo investimento em manutenção, modernização e oferta de energia.
Portanto por qual razão somente agora com o anúncio da diminuição das tarifas a partir de março/13 empresários lembraram-se dos investimentos que nunca fizeram?
Em SP o governo detém o controle da Cesp, geradora que está estagnada e não recebe do governo paulista os investimentos necessários e mesmo assim tem obtido lucros representativos e apenas aguarda o momento para ser vendida, então com que autoridade pode falar em diminuição de investimentos?
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