O poder se torna mais
forte quando ninguém pensa.
Sócrates
Vivemos no Brasil uma democracia que apenas possibilita ao povo votar de dois em dois anos, elegendo políticos que no legislativo vão inundar o país de leis inócuas, dispensáveis e muitas vezes com vícios e brechas para favorecerem a própria classe política. Elegemos por sua vez governantes nas três esferas do poder para que amparados por seus legislativos possam ter super poderes e não serem incomodados pela justiça do país.
Recentemente o STF julgou com toda cobertura da mídia o chamado Mensalão, algo que parece novo, mas já vinha sendo praticado há muito tempo no congresso. Foram julgados, condenados e agora utilizam das brechas de recursos “Ad infinitus” para poder ganhar muito tempo antes de serem presos, se é que serão encarcerados um dia.
Nos Estados os governadores fazem o que bem entendem, se sentem soberanos, pois sabem que se suas contas não forem aprovadas, a assembleia onde eles normalmente têm maioria dos votos impedirá a cassação. Em SP durante 20 anos de gestão nunca uma CPI foi sequer aprovada para julgar o que a oposição queria.
As assembleias barram ações contra governadores no STJ – Supremo Tribunal de Justiça, impedindo descaradamente a abertura de processos criminais contra governadores.
Vejam que absurdo: A Constituição Federal que é nossa Carta Magna diz que o STJ pode processar governadores por crimes comuns. Mas as Constituições Estaduais se sobrepõe a Carta Magna estabelecendo que as ações só possam ter início com aval dos deputados estaduais. Isso se chama malandragem jurídica.
Sendo assim, estes políticos eleitos pelo povo, numa falsa democracia, onde apenas o povo é obrigado a cumprir leis e a constituição se veem obrigados a curvar-se diante de tantas injustiças, administram o nosso dinheiro e fazem o que bem entendem à luz das leis.
Os governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), José de Anchieta (PSDB-RO), José Richa (PSDB-PR), Marconi Perillo de (PSDB-GO) e André Puccinelli (PMDB-MS) tem processos no STJ aguardando a liberação das Assembleias estaduais para poderem dar continuidade nos processos a mais de cinco anos.
Se fosse com os cidadãos comuns, mortais que pagam pesados tributos já estariam julgados, processados, presos e sem direito a nada, além de pão e água em bebedouro distante.
Assim é a nossa democracia, para poucos privilegiados, ricos, políticos, criminosos do colarinho branco que podem usar a constituição estadual, advogados caríssimos, brechas em leis e todo tipo de ação espúria para se livrarem de processos penais.
Depois alguns não entendem por que aqui é o Paraíso Oficial da Corrupção no mundo. Além dos governadores, o caso do mensalão tucano em MG, o caso Cachoeira no DF e GO, o recente caso da funcionária da Presidência em SP com super poderes maiores que os do Super Homem ilustram a imundice do nosso sistema democrático.
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