A campanha política para definição do novo presidente do Brasil em 2010 foi seguramente uma das piores de todos os tempos desde que a nossa república foi instaurada. Baixaria, acusações toscas, discussões imbecis, fuga completa dos verdadeiros assuntos que interessavam a Nação.
Desvio proposital da agenda política para a uma agenda religiosa ou de cunho sexual, um lixo completo. Mentiras em profusão proferidas pelo candidato que estava em segundo lugar, omissões e mentiras da primeira colocada, enfim, o povo foi colocado à margem do processo.
A candidata que representa os últimos oito anos de gestão se comportou de maneira insegura, demonstrando não ter o mesmo conhecimento e carisma de seu líder político e antecessor. Vacilou durante muitos momentos da campanha, não apresentou com clareza seu projeto de governo, deixando claro que, não vai mudar nada, será um Lula de saia. Pouco, muito pouco para quem esperava mudanças, melhorias, avanços reais e não mentirosos a serviço de seus sonhos pessoais.
O candidato do PSDB paulista, dono da sigla, pois somente os paulistas servem para ser ungidos a cargos importantes, essa ao menos é a mensagem que o eleitor inteligente compreende, afinal é a quinta eleição a Presidência que alguém de SP assume o desafio, demonstrando claramente que não existem na ótica tucana paulista companheiros do partido no Brasil que possam representá-los. Não fez diferente de sua concorrente.
O José Serra não discutiu assuntos sérios como a divida interna, reformas políticas, a reforma tributária, a troca de programas assistencialistas por programas baseados numa economia sustentável com geração de empregos.
Ele não disse uma vez sequer que não iria recriar a CPMF, nem tão pouco prometeu diminuir a carga tributária que incide sobre a classe média, omitiu tudo e mais um pouco.
Apelou para questões religiosas, beijou imagens e ao mesmo tempo se aliou com setores nefastos da religião, virou um homem das mil e uma faces religiosas, de manhã beijava santos e a noite participava de cultos onde às imagens não são aceitas. E ainda prometeu aos evangélicos um posicionamento contra união de homossexuais, para depois se colocar a favor no dia seguinte.
Prometeu aumentar os ministérios quando até o Tiririca sabe que temos ministérios inócuos demais. Não falou em redução da máquina obesa federal, não discutiu nada com seriedade e a profundidade necessária.
Talvez por isso também tenha perdido as eleições, por omissão, por medo e por usar intolerância religiosa onde se pedia apenas idéias diferentes.
Acusou sua opositora e o presidente de corrupção em suas gestões, mas nunca provou ter agido diferente quando pode como prefeito e governador de SP. Aliás, seu partido em 16 anos jamais o fez. Sete dezenas de CPIs arquivadas é recorde mundial e vai para o Guiness Book.
Nem Dilma será a presidente que esperávamos e merecíamos nem Serra fará falta por ter perdido a eleição por sua culpa. Culpar os pobres que votaram na Dilma é ridículo, afinal, se fosse assim teria muito mais votos no Sul e Sudeste do que teve. Serra que não é um político simpático nem mesmo dentro de seu partido. Que o digam Aécio e Geraldo Alckmin, perdeu para sua campanha que beirou o ridículo..
E mesmo por que, Serra acusou os adversários de usarem programas assistencialistas de forma eleitoreira, antes dele mesmo prometer que iria ampliar e criar até um 13º para o Bolsa Família, neste momento, não dava para acreditar em mais nada.
Se não discutiu com profundidade as questões cruciais, se prometeu absurdos que deveria suprimir, se faltou com a verdade, se tropeçou na missa e caiu no culto, não tinha mesmo condições de ser Presidente, perdeu para si próprio.
O PSDB perdeu por que escolheu o candidato errado e não por que o povo não soube votar, que isso fique claro, pois o mesmo povo, escolheu FHC por oito anos e o próprio PSDB por vinte anos em SP sabendo votar.
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