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12 de julho de 2012

As toalhas suspeitas

Vivemos tempos de insegurança total, quer seja nas ruas, em nossas residências, estabelecimentos comerciais, não importa, o medo nos acompanha sempre. O Estado brasileiro há muito não nos protege nem nos dá segurança mínima.

Com isso cresceu assustadoramente a procura por empresas e segmentos que trabalham com segurança pessoal ou residencial, transformando as casas e pontos de comércio e indústria em verdadeiras fortalezas.

Câmeras de visão noturna, cercas eletrificadas, alarmes de todo tipo e espécie inundaram o mercado de segurança transformando-se num enorme filão para alguns empresários do ramo.

Outro dia ouvi um amigo relatar uma tentativa de invasão à sua residência em bairro nobre na cidade onde reside com sua família. O marginal subiu ao muro de seu vizinho dos fundos, forçou a cerca eletrificada da sua casa, provavelmente achando que a mesma estivesse desligada e tomou um enorme susto quando sentiu que a mesma estava ligada.

A empresa de segurança foi até o local onde o alarme havia disparado. Consertaram o dano nas hastes que foram entortadas pelo meliante e resolveram o problema, que não deixou de ser um grande susto para o interlocutor e sua família.

Tempos depois me conta o mesmo amigo de uma segunda tentativa de invasão, ou ao menos de um novo disparo de alarme em sua residência.

Desta vez, o alarme foi detectado pela empresa que comunicou o proprietário lhe dando a indicação de que os sensores próximos às portas do fundo da casa haviam notado alguma presença.

Sendo assim, ligou para a polícia militar e voltou para casa com seus familiares assustados com o que podiam encontrar ao retornar ao lar. Ao chegar ao local, duas viaturas da PM já estavam no local. Os policiais de armas em punho adentraram a casa junto com ele e o rapaz da empresa de monitoramento.

Sensação de filme policial americano acompanhada da angústia por não saber o que iria encontrar ao chegar ao ponto de suposta invasão. Vidros quebrados, objetos furtados, enfim, o que encontrariam?

Chegando aos fundos da residência policiais vasculharam tudo e procuraram evidências que pudessem justificar o disparo do sistema de alarme da casa. Nada encontraram e já estavam desistindo quando um policial mais experiente perguntou ao rapaz do monitoramento:

_ Estes sensores são de presença ou calor?

_ O jovem disse que eram sensores de presença.

Momento ao qual o policial fez uma segunda e última pergunta ao rapaz:

_ Estas toalhas de banho no varal poderiam disparar o alarme?

_ Meio inseguro, mas sem pestanejar o rapaz disse que sim, elas poderiam fazer o sistema disparar, afinal eram toalhas de banho, grandes, com a força do vento poderiam levar o sensor ao disparo.

Os policiais deram graças a Deus por não ser nada mais do que isso e saíram da residência acompanhada do constrangido dono que se desculpou e foi buscar a família aflita que aguardava noticias na casa da vizinha.

Ao chegar à casa da vizinha, esposa e filhos perguntaram a ele:

_Pai o que aconteceu? Roubaram alguma coisa? Tinha alguém nos fundos da casa?

_ Não filha, os policiais não encontraram nada suspeito, ninguém entrou na casa.

_Então por que o alarme disparou pai?

_ Foram as toalhas que sua mãe colocou para secar ao vento ao lado dos sensores de presença...

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