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1 de agosto de 2008

Ministro cantor termina sua turnê

O cantor Gilberto Gil cover de ministro da cultura saiu do governo Lula deixando a clara sensação de que nunca assumiu tal responsabilidade. Viajou muito, cantou bastante e até deu um up-grade em sua carreira musical, mas não deixou projeto visível que tenha possa ser lembrado nessa sua passagem por Brasília.
Não foi a primeira e nem será a última vez que uma celebridade é escolhida para ser ministro e decepciona. O jogador Pelé foi um péssimo Ministro dos Esportes e ninguém tem saudade alguma de sua mais famosa e controversa Lei, criada para amparar os jogadores de futebol e que na verdade é hoje uma das responsáveis pelo êxodo de jogadores no país.
A escolha de um artista para ocupar um cargo deveria passar pelo mesmo critério que a escolha de qualquer membro de uma equipe de governo. Conhecimento, capacidade, projeto político deveriam ser analisados antes de colocar uma estrela numa cadeira na qual o escolhido terá ojeriza em sentar. Gilberto Gil viajou pelo mundo inteiro e pouco ou nada fez pela cultura do Brasil.
Se era para levar a sua música, a sua arte aos povos que o fizesse como cantor e compositor, não precisaria ocupar um cargo público remunerado para fazê-lo. Sem contar que ao aceitar o cargo, o ministro tem direito a escolher assessores diretos e indiretos, além de abocanhar alguns cargos em estatais ligadas ao seu ministério. Quanto dinheiro jogado fora.
O Brasil precisa de gente séria, de pessoas altamente qualificadas e o que é mais importante, totalmente identificadas com o desafio que terá pela frente ao assumir um ministério. Chega de experiências, chega de nomes de apelo popular, mas sem capacidade alguma de tocar um ministério.
Não podemos nos dar ao luxo de jogarmos fora o tempo, pois esse não retorna mais, o dinheiro público tem de ser respeitado e não pode ser jogado fora por nossos governantes, com escolhas equivocadas. O que dizer para Gilberto Gil? Esquece a burocracia governamental e volta as suas origens artísticas, de onde nunca deveria ter saído.
Nossos ministérios se resumem a dois tipos de ministros infelizmente. A maioria indicada por deputados, senadores e aliados políticos da base do presidente. Quase todos sem a mínima qualificação para ocupar tão importante cargo. A minoria são como Gilberto Gil, nomes de apelo popular nacional e até internacional que não fazem nada daquilo que sua trajetória indicaria que fizesse.
Resumindo, conta-se nos dedos de uma só mão, os verdadeiros ministros competentes, técnicos de qualidade, profissionais de alto gabarito. Esses, aliás, são os primeiros a serem torçados quando surgem necessidades de remanejamento na base aliada do governo.

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