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10 de setembro de 2017

Entre delações, acusações e denúncias, nenhum político se salva!

De que adiantam leis quando há
miséria interior e esplendor externo?
Chuang Tzu

Depois da chamada redemocratização do país em 1985, com o fim da ditadura militar, cujo golpe perdurou de 1964 a 1984, nossa escória política auxiliada pela nossa cegueira enquanto eleitores, levaram o país a uma situação de miséria em termos de ética, honestidade e gestão pública.
Se na questão econômica o país conseguiu domar a inflação, vivendo momentos de crescimento após dezenas de planos que em sua maioria não deram certo, no campo político a situação é caótica e semelhante à de republiquetas africanas.
Em 1984 tínhamos dois partidos políticos, a saber: Arena e MDB, que representavam situação e oposição. Na atualidade temos cerca de 35 partidos oficiais e mais vinte em processo de regularização no TSE. Infelizmente, esse aumento de partidos não deu qualidade alguma ao processo democrático brasileiro, muito ao contrário, fez aumentar a ausência de ética, a lucidez e o discernimento nas discussões dos assuntos mais importantes do país. Quase todos movidos por três aspectos:
1.   Corrupção;
2.   Acesso ao milionário Fundo Partidário;
3.   Poder (Cargos e dinheiro em troca de apoios e votos).
Isso levou a destruição da saúde, educação, segurança, habitação e saneamento básico, visto que, a junção de gestões ineficazes e comprometidas com a corrupção, aliadas aos partidos políticos completamente viciados nada pode fazer pela sociedade e suas legítimas ambições.
Tornamos-nos um país completamente desigual nos diversos índices de desenvolvimento humano. Um país com muitas leis, mas repleto de impunidade e morosidade no poder judiciário. Onde a corte suprema é escolhida de forma aviltante aos olhos da moralidade jurídica pelo Presidente da República.
Todos os segmentos importantes estão sendo desmontados e sucateados ano após ano, pelo poder estabelecido que mais se assemelhe a uma organizada quadrilha movida por um mecanismo de engrenagens sólidas e muito bem escondidas nos subterrâneos da vida pública brasileira.
O processo desencadeado pela Justiça através da Operação Lava Jato, cuja força tarefa está sediada em Curitiba, não conseguiu desmantelar nem 10% da quadrilha existente na política brasileira. Em parte, porque os políticos são protegidos pelo chamado “Foro Privilegiado” e pela complacência absurda do STF e seus desembargadores comprometidos não com as leis, mas com seus padrinhos políticos que os escolheram para ocupar tal cargo.
Muitos empresários de grandes empresas praticam o ganho fácil comprando políticos e partidos a muito tempo, mais tempo do que possa supor o incauto cidadão brasileiro, geralmente vitima de sua baixa instrução e do recebimento quase exclusivo de informações Made in Globo.
O Brasil não tem jeito, faltam homens públicos sem interesses escusos. Faltam gestores formados em grandes Universidades com vocação para o bem público e a aplicação de soluções inteligentes para favorecer a sociedade como um todo e não apenas pequenos segmentos como se faz há séculos no país.
Não viveremos para ver mudança na estrutura penal, judiciária e do poder executivo em nosso país. Não viveremos para ver um Congresso formado por representantes do povo, trabalhando pelo povo e para o povo. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.

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