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24 de janeiro de 2017

Justiça diferente para algumas pessoas que tem poder e recursos!

Os problemas significativos que enfrentamos
não podem ser resolvidos no mesmo nível de
pensamento em que estávamos quando os criamos.

Um jovem rapaz milionário, futuro herdeiro de um grande grupo industrial, estabelecido na Paraíba e também de uma afiliada da Rede Globo naquele mesmo Estado, é acusado de atropelar e matar um agente de trânsito, ao fugir de uma Blitz realizada durante Operação Lei Seca na madrugada de 21 de janeiro (sábado), em João Pessoa – PB.
Além dos agentes envolvidos na operação, testemunhas presenciaram o atropelamento de Diogo Nascimento de Sousa de 34 anos, e a fuga do motorista sem prestar socorro a vitima, que após ser levada ao hospital, não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.
O motorista Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva é neto do Ex-Senador e Ex-Vice-Governador da Paraíba José Carlos da Silva Junior. Ele dirigia um veículo Porsche em alta velocidade e foi identificado pelos policiais que perseguiram seu veículo, que teve na fuga uma das placas arrancadas do automóvel. O caso gerou uma grande revolta em todo o Estado devido a suspeita de favorecimento por parte da justiça ao acusado.
Ele teve a prisão preventiva decretada por estar dirigindo alcoolizado, ter fugido de uma operação policial, atropelado e matado um agente do DETRAN. Entretanto, a prisão foi revogada pelo Desembargador Joás de Brito Pereira Filho, horas depois, tão rápido que o acusado nem havia sido preso ainda (Como nossa Justiça é ágil?)
A ordem de prisão aconteceu às 20h00min horas de sábado, às 03h00min horas de domingo (madrugada) surgiu à decisão que libertava o jovem que nem estava preso ainda. Ou seja, um Habeas Corpus foi assinado em sete horas entre a noite de um sábado e a madrugada de uma domingo. Que agilidade impressionante!
Nada a ver com o fato do garoto ser filho de gente rica e neto de gente poderosa. Nada mesmo, não façam ilações precipitadas. Esse desembargador deve trabalhar noites e madrugadas para atender o povo, mesmo os mais humildes... Que vergonha!
Em entrevista à rádio Band News, Joá disse que a prisão de Rodolpho Carlos era desnecessária, porque ele é réu primário e tem bons antecedentes criminais. Segundo o magistrado, sua decisão foi eminentemente técnica. “Eu analisei a prisão temporária, não preventiva, onde verifiquei que não haveria necessidade da prisão por ele ser primário e ter bons antecedentes. O advogado dele apresentou uma petição onde disponibilizou o carro, e o suspeito se propôs a comparecer para prestar esclarecimentos”, declarou.
“A decisão não foi apenas no sentido de liberá-lo. Eu condicionei a apresentação dele em 72h, apliquei medidas cautelares para evitar prisões desnecessárias. O fato foi grave, mas será apurado e a justiça tomara as medidas”, acrescentou.
Em nota, os agentes de policiamento de trânsito do DETRAN da Paraíba cobraram justiça e tratamento isonômico ao acusado. “Não se espera, de maneira alguma, o cerceamento do direito de defesa do acusado, mas também, não se espera nenhum grau de parcimônia por parte do poder judiciário com relação à conduta criminosa por ele praticada. Sendo assim, os agentes de policiamento do DETRAN-PB e todos os envolvidos direta e indiretamente com a Operação Lei Seca na Paraíba, clamam para que o caso seja tratado de maneira isonômica, e que o cidadão Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, independente de classe, cor, raça ou condição financeira, responda por suas condutas como estão sujeitos todos os cidadãos brasileiros”, diz o comunicado.
O promotor Marinho Mendes Machado atacou a decisão do desembargador, a quem acusou de favorecer o acusado por ser de uma família rica e tradicional. “Se fosse o filho de um pobre, de uma pessoa comum, o senhor nunca teria acordado às 3h da madrugada para soltá-lo, não. E isso quem paga é a instituição, que por essas e outras vai ficando sem fé no senhor, pois quem manda é o dinheiro, somente o dinheiro e o poder”, criticou em nota no Facebook.
A fala do Promotor Público não deixa dúvidas quanto ao pensamento da maioria da população brasileira. Leis existem aos montes, porém, as decisões judiciais, muitas vezes olham para a cor, o tipo, a classe social e a condição financeira do acusado.
De que adianta os agentes policiais e de trânsito atuarem em respeito à Lei Seca, se depois, desembargadores mal intencionados agem contra a mesma lei e seus agentes?  

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