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31 de agosto de 2013

Consórcio do Maracanã 10 x 0 Clubes de futebol!

“Quando o dinheiro fala, a verdade cala"
Provérbio Chinês

Em 2005 o Estádio Mário Filho conhecido mundialmente como Maracanã sofreu uma reforma para atender as exigências dos organizadores dos Jogos Pan-americanos que foram realizados no Rio de Janeiro em 2007.

Em paralelo o governo do Estado construiu o Estádio João Havelange, conhecido apenas como Engenhão. Ambos consumiram milhões do orçamento dos jogos pan-americanos pagos obviamente pelos brasileiros.

Em 2010 novamente o Estádio do Maracanã parou para sofrer novas reformas, desta vez para agradar aos pré-requisitos da FIFA com vistas aos jogos da Copa do Mundo em 2014 no país. Em paralelo aconteceu um fato estranho, mas usual no Brasil. O Engenhão apresentou uma falha na sua cobertura, precisou ser interditado.

Por uma estranha e inexplicável coincidência o Maracanã ficou pronto justamente no momento em que o Engenhão foi fechado pela Prefeitura do Munícipio do Rio de Janeiro.

Tudo pode parecer normal, mas é estranho que o Maracanã reformado com dinheiro do povo, tenha sido colocado nas mãos de empreiteiros no chamado Consorcio Maracanã S/A através de um processo licitatório suspeito e desponte justamente quando a cidade fica sem opções de estádios para grandes jogos.

No mesmo momento em que os principais clubes do Rio de Janeiro ficam sem a opção Engenhão, começam as negociações leoninas do Consócio Maracanã para levar os jogos destas equipes para o novo Maracanã.

As exigências e a cobrança financeira é brutal e os clubes como sempre no país cometeram um grave equivoco, ao realizarem suas negociações separadamente, quando deveriam tê-lo feito em grupo, unidos e mais fortes.

Para se ter uma vaga ideia, no jogo entre Flamengo x Cruzeiro pela Copa do Brasil a renda bruta da partida acusou em seu borderô a quantia de R$ 2,2 milhões, cabendo ao Flamengo que era mandante a quantia liquida de R4 734 mil. No mesmo dia o Corinthians jogou no Pacaembu contra o Luverdense da terceira divisão e obteve renda liquida de R$ 1,65 milhões.

Os custos operacionais cobrados pelo tal Consórcio são dez vezes mais caros que a maioria dos demais estádios brasileiros. O Maracanã oferece péssimo serviço tanto na comercialização dos ingressos quanto na operação de acesso ao estados em dias de jogos. As catracas não estão dimensionadas para grandes públicos, possibilitando à formação de longas filas a hora do início das partidas.

Como consequência além das longas filas, há a impossibilidade do controle eletrônico do acesso dos torcedores, risco de evasão de rendas, superlotação e descontrole na arrecadação, instrumento ideal para fraudes e sonegação de impostos.

O Consórcio foi vencedor de uma licitação que desnudou a incompetência do Governador Sérgio Cabral no RJ, aliás, uma das muitas reclamações dos manifestantes às ruas da cidade maravilhosa nos últimos meses.

Após muita pressão da sociedade, Cabral voltou atrás e não demoliu as obras no entorno do estádio, o que favoreceria o tal Consórcio para poder ganhar ainda mais dinheiro com a administração de estacionamentos, lojas, etc.

Os clubes cariocas e a sociedade civil no Rio de Janeiro precisam cobrar transparência, exigir cópias de contratos e da licitação que possibilitou esta transação, usando seus direitos de cidadania e transparência preconizadas na Lei 12527/11 - http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2011/lei-12527-18-novembro-2011-611802-norma-pl.html

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